quinta-feira, 27 de junho de 2013

Não estamos sós dentro de nós



Morrer ninguém quer
Mas todos vamos num dia qualquer
Pensamentos surgem
Janelas de vidro como olhos olhando o vazio que me oprime
O cinza do céu ranzinza
Chove lá fora e aqui
Contra todas externalidades estou eu
Aqui só
Cavalgando em mim mesmo para fugir
Sair do vazio que algumas pessoas me passam
Só quero simplesmente não ser igual a elas
Sei lá
Não era
Mas
Sinto-me como se estivesse acordando de uma noite de bebedeira
O repé da farra de uma noite inteira
Aos excessos eu Excelsior pagando cada centavo de supremacia etílica
Uma invencível depressão
Um desejo sólido de nunca mais beber
Que hora trabalhosa
E essa preguiça a me arrebatar
Ó! Vida
Despertei para o nada/vazio de minha minúscula vida
Estímulo algum aparece
Tiro minha mente do horizonte
De pé a cabeça funciona melhor
Arranjo de outra forma meu desarranjado pensamento
Uma diarréia de tristeza e depressão me assola
Vejo-me na janela de outra janela
E a chuva empossa em minha visão
Profundas águas em rasos olhares
Obedeço à gravidade traduzida em fatos
Obrigo-me a sair desse transe irracional em que meu corpo meteu-se
Assumo as rédeas de minha cavalaria pensante (errante?)
Na dúvida com toda a certeza hesito
Mas solte minha nau
O tempo me abandonou
A senha a água
Mergulho sem orgulho
Mergulho em mim mesmo
Fuga
Busca
Bugue
Fusca
Sei lá
Não posso mais aguentar
Fisicamente aqui
Disforme lá
Mil anos podem passar
Estava enlouquecendo
Sem e com medo continuando
Por que não posso pensar?
Que essas minhas manias de mergulhar em mim mesmo
São na verdade a verdade
Mesmo que somente minha ridícula verdade
Seria mesmo um crime eu não me seguir
Mas a intensidade voraz
Única capaz de levantar-me
E encarar minha síndrome de pânico sem um único remédio
Só eu em pelo
Decifrando meus enigmas mais íntimos
Tantos e tais que posso pensar e sentir gerais
Em minha imaginação passo a mão
Afago o que me afoga
Flagro-me errando em busca de acertos
Que ao certo estão tão perto que podem até estar mesmo aqui dentro
Fábulas cápsulas desenclausuradas
Bombas explodindo em desertos
Tanto sofrer psíquico
Sou franco
Sinto-me especial por passar por isso
É difícil
Parece impossível
Ultrapassar esse terreno pantanoso da matéria física
Quantos cânticos quânticos hei de cantar
A dor dilacerante já não importa
Passou-se mais uma noite de algum dia de uma vida
Que não por acaso é a minha
Bem
Mesmo assim aqui no gólgota
Carrego minha cruz
Meu lápis
Que diz
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