quarta-feira, 25 de junho de 2008

Diarmanamenteatuante ou Coruja já 2

Como ser normal num mundo tão desigual?

Enquanto escovo os dentes
Penso no destino
Nosso ou do que tenho no intestino

Somos vocês quando forem jovens
Quando resistirem ao mundo adulterado dos adultos
Quando o amor bater com força em suas mentes e corações
Quando tiverem a vontade de mudar até tornarem-se suas intenções

Enquanto escovo os dentes
Penso no destino
Nosso ou do que tenho no intestino

Mulheres negras e pobres parindo humanos
Por que não quero, nem quis, nem posso, nem poderei ser da cor dos reis?
Que reis? Africanos se vendendo? Europeus se comprando? Todos mestiços

Não estou aqui para ser formatado em mais um tijolo no muro da vergonha
Então me digam, se os mendigos se importam
Faz-se alguma diferença a eles a sua formação acadêmica?

Do que importa saber? Se agora que sabe, fecha a porta ou levanta o vidro do carro no sinal
Se se junta aos mercenários que cobraram os olhos da cara dos teus pais
Pra lhes ensinar a serem normais
Que país é esse? -É o que fazemos dele

Aprender cinema, pra ganhar um prêmio na Escandinávia?
Enquanto na esquina, na via, há alguém com nada na cabeça e uma arma na mão

Do que importa?
Se quando fecho a porta, deito com uma mina que de tão gostosa é torta

Do que importa?
Meu filme ser premiado pela meia dúzia que cabe numa panela
Enquanto os esfomeados de panela vazia

Eu acho que me vou andando
Sou branco ou negro, mas franco não fraco!
Normais não dão um pum pra quem não tem nem um pão

Não me julguem chato, só por que não rolo igual a muitos por ae
Pra ser claro sou educado
Mas não deixo de tentar ser claro
Importa é pensarem independentes

Sou uma miragem, imaginem
Sou solar, é bom nem olhar
Vejam o caminho que estou a apontar
Olhem rápido no eclipse
A roda maravilhosa do elo que formo

Digo que amo uma ou outra forma
Ok! tudo bem
Amo todos, todas e tudo

O platonismo é virtual
A energia de amar é igual

Olhem para a suas mãos todas claras nas palmas
Pedindo a luz mais luz, até cegar
Mas ao descortinar sem aplausos

Samba pé preto
Balança bunda gorda
Umbigo rei
Rei da cocada dê uma acocada

Quero ver a cor do teu corpo nu
Despido do medo e do conformismo
É! Quero ver o rei destronado ao povo do lado
Tipo dedilhando um pila pra almoçar e jantar com a família

Estou exausto
Quem me dera se a dor fosse embora
E eu pudesse dormir agora em paz
Não tipo alguém que ali sua esperança jaz

Deus, entendo
Mas mesmo assim... por que nós tuas criaturas
Não vemos os erros que cometemos e repetimos
Não aprendo com os erros
Aprendo quando erros corrijo


Como ser normal num mundo tão desigual