quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Máscara de porra


O que você está fazendo?
Olhando pelo vidro a chuva caindo
Um espelho se quebrando ao vento uivante
Pensando agora
Sentindo o fio da faca cortando o sol de seus olhos
Alguém bate à porta
Quem será?
É o vento novamente uivando
Sibilando sílabas impronunciáveis
Para quem não sou eu
Estou assim o calor de minha testa que não presta
Que tão pouca gente detesta
Mas ela não gosta
Nada importa
A porta bate mesmo bem fechada
Estou na janela
Assim olhando pra mim lá fora
Na rua molhada
Jamais havia me visto tão triste
Resiste
Existem olhos mais brilhosos que os meus?
Frágil náufrago
Aqui e ali
Lá e cá
Isolado
Desolado
Mentira
Me tira daqui da verdade
Sem vaidade
Queria me livrar desse indagador de mim mesmo
Questionando meu estreito peito
Alargado de tão alagado
Intocado por pelo amor ter sido tocado
Trocado por alguns momentos de inacabáveis momentos insaciáveis
Minhas costas coçam
Minhas asas estão se debatendo
Por que fui cair de minha nuvem
Acima do que sou estava?
E o sol que hoje tarda
Retarda minha volta

Nada disso na verdade sinto na realidade
É como se eu estivesse escrevendo na areia
E esse vento uivante apagando
Tenho força maior que isso
Bafejo no vidro minha força de vida
Gosto de sentir o chão do chão
Irrito-me
Surpreendo-me
Sou mesmo um fato de um feto abortado aqui aportado
E nada comportado e muito menos importado 
Ou importante 
Sou um elefante voando inocentemente cagando na cabeça de toda essa gente
Verdade estou em uma região que somente a solidão de um deserto mostra
E em jejum de tudo até de mim
Mudo
Acudo
Estou fora da gaiola
Só em minha caixola
O vento uivante vem de mim mesmo
O vidro é meus olhos
A porta é meu coração
Estou chovendo
Em monção
O universo define-se e definha-se nesse verso
Converso com as estrelas
estou entre elas
Volto mais rápido que a luz
Num urgente pensamento
Movido a sentimento
Estou sentindo e pensando tanto
Meio tonto
Muita vibração
Volto em água
Molho a terra minha
Minha mente
Uma semente
Se mete
Vou rebrotar
O amor em mim nunca morre
Subo o morro da morte
E visualizo a vida lisa
Os ventos alísios
Os lírios
Sem pressa escrevo o que se passa no vale
Um vendaval nesse carnaval
Rude impulso
Pude pegar-me pelo pulso e expulsar esse meu pulsar
Que trancado estava
Agora jogo-me da montanha
Pelos ares
Suores caem de meus olhos
Imaginares
Falta-me língua para narrar
É indescritível
A fome do homem para amar  pela mulher que quer
Vou gozar em minha cara
De mim minha cara


(A graforreia* fila harmonicamente minha iconoclastia)

           
Graforréia é a necessidade exagerada e doentia de escrever

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Fim


Hoje acordei chovendo
E o dia chorando
Estou assim invertendo
Pelo meu rosto água vertendo 

Quem irá me salvar
Desse meu salgar
Corro para o mar
Meu de amar

Estou perdido
Sinto tanto não ter feito tudo
Pra que tanto estudo
Um sonho ter te tido

O calor invade meu corpo quente
Nem adianta cerveja gelada
Quero ser...veja entre
A noite tem geada

Escuto ainda tua voz linda
Naquele filme de minhas pálpebras continuo
Foi você quem quis não me querer
Essa dor quer decretar o fim de meu amor por ti
Fim

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Me esmero, vem...

Quando eu estiver no auge de novo
Que eu tenha a humildade
De saber que foi a dor de amor que me ensinou a buscar você
E eu consiga dar o melhor de mim para esse amor vencer
Que eu perceba em mim a vida dura do povo
E mantenha-me único entre todos, porém por todos
Aí receberei desse meu amor tudo o que mereça
Assim sendo mais do que poderia
Serei eu um rei?
Não. Dessa forma não me comportarei
Terei uma rainha e tudo por ela farei
Livre de todo o egoísmo e hedonismo que me destruía
Sim
Esse amor não foi meu coração quem escolheu somente
Foi minha alma que disse fisicamente a mim: Sim, é essa
Esquisitamente entendi sem pressa
O que eu poderia fazer?
Se não o que nasci pra ser
Essa coisa atômica em minha vida sobrepôs o meu ser que havia  até aqui sendo
O ar começou a interligar todo e tudo
E vi que a água ensinou-me pela sede seu valor
E as derrotas mostraram-me o caminho das vitórias
E toda a dor que sentia mostrou o verdadeiro sabor do amor
É bom hoje saber que nada sozinho se faz
A luz da lua vem do sol
Eu sou o que estou por você meu amor
Nosso amor fez-me ver o quanto errei
Foi eu te ver
Todo o meu ser estudei
E aprendi a lição

(Preciso terminar este texto logo
Quero sentar ao teu lado e beijar tua boca com minha língua
Além desse portuguesa aqui descrita)

Grita a terra, a vida: somos um par ímpar
Viemos o mundo limpar
E mostrar que não há futuro sem amor
Essa é a lei
Sei
Até compreender vacilei
Mas agora tenho você
No mais íntimo amor maior 
Grande no interior
Sem grade inferior
Sei que já está amanhecendo
Mas é justamente esta luz primeira que força o espaço desse meu sentimento
E empurra pra fora tudo o que sinto agora
Ocupa todos os espaços de minha culpa
De ter continuado tentando
E te amando e te amando
E assim a luz dessa manhã é a semente de mais um dia que vou te amar
TE AMO


Tri o ângulo amoroso de teu

Tri o ângulo por onde a vi
Sai daqui com seu batom
Faça-se um favor a si
Jogue seu corpo pra cá
É tão bom
Demais seus olhos mesmos sendo dois
Um pouco mais pra cá
Pra que pecar
Vamos mais uma tomar
Eu tenho que lhes dizer amo muito vocês
Bondosa você
Pra nós três
Em Santa Catarina muito Santa a catar urina
Nada que haja em você não me encanta
Uma perfeição você e sua vagina
Sim seriamente digo que não gosto
Amo sua falta de sim seriedade
Olhe bem para nós dois e escolha nós dois
Se somos índios tá somos três

Não somos indigestos vá com suavidade
Agora é hoje
Não importa a idade

A confusa e cafuza cor tua 
Lábios sábios sem saber do amor o sabor ao certo
Incertos nós três somos mais que dois no amor
Zero
Quero gritar e grifar
Fazer o que?
O brilho de seis olhos formam os de uma 
aranha
Lindos são todos os nossos olhos em óleos a se massagearem
O que se ganha
Sei não soubemos administrar normalmente
Mas nunca fomos normais
Mais ais a decifrar dificilmente
Dez cifrar
Não há não para tanto amor
Dividir é multiplicar
Não mente

Uma só amar é estar só na beira de um mar de amar
E o texto cresce como
O que há nestes testículos
Tanta porra tem que sair e na face colar
Amenizar a dor de não ter como escolher
Comer seus bifes de colher
Vou terminar sem determinar um acabar
Filhos não vamos ter
Eles não poder ser feito por trÊs
O tri para por aqui
Inteligência e sinceridade não fazem parte do amor
És atriz atróz a três
Sem surpresa não tens
Essa leveza
De elevar ao verdadeiro amar
Nós três