sábado, 4 de junho de 2022

Abolicionistas mentais - Conte mais, conte mais



Presos nos elos de uma só cadeia
A multidão faminta cambaleia
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece
Outro, de martírios embrutece

Cantando, o ser humano geme e ri!

Fatalidade atroz que o pensar esmaga!
Extingue-se nesta hora o que o obriga a ñ brigar
A viver sem questionar esse brique imundo do mundo
O trilho que te faz viver a vida sem brilho, descarrile

Abriu em ti a vigia
Com tua íris vê ao longe o arco-íris

A infâmia é demais!
Levante herói do Novo Mundo!
Arranque a indignação e a desprenda nos ares!
Abre à porta ao ti questionares

Povo! Povo infeliz! Povo, mártir eterno
És do cativeiro o Prometeu moderno...
E cruzais os braços... Covardia!
E nem murmurais... Hipocrisia!


— É preciso esperar... dizes
Esperar, o quê?
Basta! A hora soa...
Tua voz revoa
Por nós clama

A nova geração rompe da terra
Se pobre, que importa? Seja livre... És gigante
Ó gente, despertai... Não curves a fronte
Já falta bem pouco. Sacode a cadeia

Te livra do que te rodeia!

A luz da alvorada de um dia melhor nos ladeia
Arranca este peso das costas, Atuante
Atue antes

Levanta esse madeiro dos ombros teus

Vai, Poeta... Rompa os ares
Cruza a serra, o vale, os mares
Deus ao chão não te amarrou!
Tu és livre!

End entend

*Castro Alves, é eterno e então atual. Agradeço ao éter q nos lega-o...to be continued...

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