sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Vem Cá Verás

 

Estou com fome e com sede

Cansado de andar e sem onde parar

O sono bate e sem dormir

E a dor que há em mim não quer cessar

Aquela queimação

E eu tenho que andar

E a minha mina me largou na rua da amargura

E sou viciado em tudo sem nada

Em pleno delirium tremuns

Quero tomar um banho

Um gole dágua

Uma ceva

Um trago

E não tomo nada além dessas bolas nas costas

E fora vírus aqui dentro me corroendo

E os meus amigos se matando na esquina por uma bira um pega um teco

Uma risada distante está presente

E o som que tanto amo dançar nada mais é do que um lamento de corno e bêbado

Ou troco de estação e continua no mesmo

E some o ar de minhas ventas

Sem crivo o que me crava é o nada o vazio de meu cio

Vou ter que parar para pensar

Em que direção sigo cego digo

Cadê meu swing minha dança

Sou ainda aquela criança perdida na festa da infância

Na infâmia momentânea

Sou um xis uma cruz na resposta certa de que estou errado

Vou é dançar no olho do furacão e esperar a tempestade passar

Meus ossos de caveira vêem que a dor me faz crescer

Um calo de dor não me faz calar nem todos os gritos vou dar mas vou voar

Em cinza na fumaça que faço enquanto janto tudo o que sinto e durmo tranquilo

 

 

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