sábado, 14 de abril de 2018

Nunca Kiss


Ela anda provocante
Uma comida para quem como eu está com fome
Ela brilha como o sol
É uma brisa quente
A a um eu ausente
Uma onda de retorno a beira que me salva do abraço de um afogado
Ela causa um ar de idolatria que vem de dentro de mim
Sem explicação
Sei que não devo me apegar
Mas pode ser tarde para qualquer não
O desenho que fiz dela em mim tá feito
Saio por ai e por aqui
Sem chão
É que estou afim de ir até lá
E beijar aquela boca macia
Lá vou eu
Um desespero de alma
Calma
Ui
Suma da minha vida
Volte sumida
Crio um bafo no vidro do que duvido
E escrevo
Digito
Meu grito
Te amo
Eu
Ai
Como dói
Eu não mais sou igual
Sou outro animal
Quero-me-te
Ai
To numa selva sem cão
To numa saída fechada
Tipo da boate Kiss
O ar me sufoca
Falta
Alta
Ta
Ah
Que fumaça preta no ar
Vou mudar de canal
Não vou ser carnal
Eu sei a cor do céu muda absurdamente numa tormenta
Eu sei do sol seu calor e luz por tráz
O sou
Nunca mais vou cair desse prédio que quis me atirar
E esse nó em minha garganta vou tirar
Vou levar meu lençol pra lavar e secar ao meu intenso retorno respirar
Eu estiquei este texto até compreender o que eu estou sentindo
Tentando dizer
É que sempre tem mais
O kilo do peso daquilo
Não faz mais parte da gravidade
Está pesando pra cima
Estou voando
Por isso arrisquei
Atirei-me
E assim tirei-me
Não sei
Mas vou continuar
E sei que disso vou lembrar com carinho
Ir até ao fundo de minha depressão e retornar sem remédio algum
E nenhum poderia ter feito melhor
Nem Merlin
Brilha agora no céu a luz que bate em mim e reflete o que há de melhor em mim
E do texto o fim?
Não há
Enfim estou sendo outro animal a animar
Outra incontável onda no mar
Tenho que contar
E Amar

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