quarta-feira, 19 de julho de 2017

Precipício ou princípio...um início



O que eu vou fazer?
Não sei como ganhar grana para satisfazer meu prazer
Como vou ter aquele celular?
Comprar aquele kit?
Já sei
Eu sei quem tem
Um cidadão tem e não quer me dar não
E eu? O que eu vou fazer?
Na minha mão que nada tem além desta arma preta
Contra aquela cara branca que tem quem tem o que quero 
PERDEU passa tudo
AH... agora ta com medo
Quando eu era pequeno pedindo na sinaleira
Me desprezava
A janela fechava
Não sentia nada por mim
E tae com medo de mim
Como assim? Ninguém sente nada por mim
Dá tudo o que é teu
Em meu nome tudo o que quero é meu
Não!
Não tenho opção
Nunca tive
Só tenho pressa to numa vida curta
E essa pressa não me deixa ter paciência de trabalhar, receber
Juntar
Parcelar
E comprar
Da aqui
Não tenho tempo
Me dá
Ou vou te matar
Tenho no olhar a maldade de quem foi sempre desprezado
Tenho toda a inexperiência da falta de consciência
Eu não entendo o processo
A não ser o criminal: sobre o que vai acontecer comigo se eu for preso
Querem me matar?!
Vou fazer o TEU sangue escorrer como creme pelo asfalto
Ninguém mandou eu caminhar pela escuridão
Mas eu tenho medo
Não consigo ver a claridade
Perdi o sol na madrugada
Má e drogada
E só
Sem S.O.S. algum
Nunca ninguém deu nem um pum por mim
Não me diga: Não me mate! Tenho Família!
Não tive sorte de ter uma
Teu olhar me humilha
Teus milhões são para mim as estrela lá no céu que não mereci
O jogo da vida está para mim no fim
A sorte vem para quem está forte
Estou fraco pela rua que nada me ensina

Pausa para uma reflexão

VOLTO DESSA REVOLTA

Não, espere ae
Estou ficando lúcido Lúcifer
Absoluto antes do luto
Ferozmente luto
De fato não sou mais feto
Nem pronto
Estou me aprontando
E meu dedo ta apontado pra outro lado
Não o do gatilho
Engatinho no sistema capitalista
Mas vou entende-lo
Sim 
Capaz sou
O que significa este texto?
Trata-se de um marco
Eu não vou me entregar para a vida louca
Dita fácil
Não sei bem o que eu vou fazer
Mas não vou me entregar a onde sei que vai dar
Dar num corpo sangrando picotado a bala na rua
Ou num ser guardado entre grades
Preso em si mesmo
Não!!!!
Sim, eu sou capaz de fazer meus prazeres aguardar
Nesta confusa sociedade que vive para consumir
Não vou sumir
Eu sim
Não estou tão louco
Danço a dança conforme o jogo
Saio dessa
Não sei o que vocês são
Parecem amigos
Ou são parceirinhos de crime e drogadição
Não sou criança
Não me pegue pela mão
Eu não quero mais não
Quero na vida um sim
Sei que é difícil sair desse descaminho
Mas nada é impossível
Para um ser humano vivo
Não
Nunca
Mesmo que de novo irei cair
Vou de novo levantar e voltar
Ando ainda no limite
Não me milite
Estou fraco
Mas vou ficar forte
Vou ler e meu futuro escrever
Dói
Mas eu quero mais
Mas agora vou terminar
Tenho que recomeçar
O show da minha vida tem e vai continuar




Nenhum comentário: