domingo, 19 de março de 2017

S.O.S. a sós



Vai 
Mas sai
Chuva e vento aqui de dentro
Sinto tanto lamento
Com licença céu
Sou seu quando a hora chegar
Vou é viver o que tenho de meu
E aqueles arcos íris que jogam flechas coloridas
Doloridas estão a deslumbrar esse umbral
...O velho céu
...Céu de minha boca nova
Ajude a explicar
Por que as pessoas que passam pela minha vida
Todas vivas estão aqui
Transpassam-me toda santa hora
Filosofia?
Religação?
Ouço a fala das plantas desta terra de nós plantados
Nossas crias
Adubo minha uretra de semente humanas
E meus olhos se espremem
Contorcem
Torcem o sal
Enchendo caules e troncos de tudo o que somos
De bem ou de mal
E ontem vi o fim de mais um dia
E livre o sol nasceu mesmo pra quem não viu
Que guerra estamos vivendo
Os jovens e seus sofrimentos e eu aqui sentado
É... a vida não é justa

Ei... estou aqui e não vi nem ouvi seus lamentos
Vivemos um tempo de guerra em nossa terra
E uma voz berra
O que estamos fazendo que não vemos nossos irmãos e irmãs perdidos
Milhões de famílias despedaçadas
Não quero ser mais um zero 
Desse número redondo
Faço uma volta
A nossa volta! 
Sem revolta
Somos todas essas pessoas morrendo
Não estamos mais vivendo
Nem sobrevivendo
Estamos só morrendo
Viver é a que viemos
A vida está ae em ti
Bem como em mim
Em nossa voz
Estou buscando o mais humano em nós
Não tenho mais por onde chorar
Vou eu mudar
Desviar esse mar para mostrar que por amar nascemos 
Pra a amar
Temos que fazer cada um
De sua vida uma poesia
E não estou fazendo rima
Estou vendo o mundo como todo o mundo
O vivendo de cima
Sabemos o que temos que fazer
Então...
Não estamos sós não
S.O.S. à nós
O mistério doce mistério
Do cemitério as vozes de nossos mortos estão
Por ti e por mim
Dizendo não há fim
E viver bem é para os que estão afim de mudar
Mudo e falo tudo
Estou de braços abertos em cruz
Optando pela vida
Marcando meu xis na opção que acho correta
À vida...
...Sim
Não não...

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