sábado, 12 de novembro de 2016

Quem eu penso que sou para afirmar que eu sou quem penso que sou. O Elo

No banho de lágrimas
Esgrimas
Entre cruzar o mar e o olhar dos outros a me acusar e recusar
Fico comigo mesmo
E eu, eu, eu, eu
Tenho a tarefa de me aceitar
Mas não vou voltar a ser
Aquela fútil briga de amor
Que trouxe-me tanta dor
E agora o mundo paga e se apaga a vida boa
Fiz um círculo nos fatos
E ver de verdade dói
Eu verde mesmo
Tão criança
Hoje amadurecido
Pelo amor endurecido
Não, não
Se eu sou eu não sei
Sigo minha sina
A vida me ensina
Por meio da dor que tanto sinto
Ainda pinto aquela galinha do tempo
Invento eu rebento
Arrebento a corda do suicídio
E acuso com meus dedos
Todos os meus medos
Estou aqui entre o eu que penso e o eu mesmo
Sim
Durma-se com um barulho desses
Óu não...
Eu, eu, eu
Estou achando que sou eu mesmo de novo
Saio desse ovo
Quebro minha casca
Grito para o mundo
Minha casa
Estou
Eu vou ser à que vim
E o universo
Está todo
Todo nesse verso
Infinitos gritos
Ecoam
Voam
Adentram via pensamentos
Tipo vozes estranhas
Vão até o coração
Por todas as entranhas
Eu sei
Alguns me acusarão
De ser o que eles pensam que são
Mas meu nome está escrito
Ex-Cristo
Bater em mim a vida bate
A minha cruz eu carrego
Esse lápis em minhas costas
É o meu maderame
Por favor amem
E digam Amém
Com ou sem crença alguma
Pois eu sou assim
O Elo
Do céu e inferno que está isso aqui
Do sublime e profundo
Mas eu no fundo
Não estou sozinho fazendo isso
Pois eu sou uma pessoa que só quer viver em paz
Mas com essa onda de violência não dá mais
Por isso eu
Eu mesmo decido fazer algo
Eu sou essa criança
Que tem esperança
De que essas minhas lágrimas sejam o combustível
Para que o nosso bem viver
Torne-se possível

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