quinta-feira, 19 de maio de 2016

Tempos difíceis são trampolins



A luz vem num vento que aspiro
As cores se apagam e avisam da tempestade
Recolho as velas
Acendo as velas
Estranho chacoalhar
Eu vou segurar mais essa onda
As coisas são assim
Tudo está tão cinza
Estou assim
Meus olhos encharcados
No meio da tormenta atormentados
Está tão escuro
Quem apagou as luzes?
Sons de golfinhos
A barca afundou
Onde estou?
O sal invade
Os monstros reaparecem livremente
Prendo o que me resta de ar

Vou voltar
Sou livre pra voltar
Nada vai fazer-me ficar aqui nesse fundo sem fundo
Sou livre decido
E decido
Renascer da dooooooo or
Olho para a vida por enquanto minha
O brilho de meus olhos insistem em o pranto secar
Do fundo desse mar de lágrimas
Olho pela janela ela
Correndo de encontro a mim mesmo estou
Não
A tristeza
Nem a depressão irão me vencer
Mais
Eu quero mais
Há felicidade depois dessa dificuldade
Renasço para cantar e encantar
Dançar e não rançar
Não vou mais me desidratar
O choro não será instrumento musical
Será o trampolim para o meu sim ao ser que vim ser
Espremo a esponja de meus olhos
Salto desse acalcado momento
Emirjo e dou uma mijada
Para marcar o lugar
E lembrar que dá pra passar
E voltar melhor
Nado até a costa
A praia
Descanso um pouco
E corro um pouco
Me exercito
Sou eu o meu exército
Sou e estou o aqui e agora
E dae
Vou encarar
E do meu eu o melhor tirar
Movo de pedras a montanhas
A força vem de minhas entranhas
Vou vencer e lado a lado vamos tornar esse mundo amado
Cresci
Mas sou ainda aquela criança
E do meu olhar vem a esperança
Pode me olhar
Não verão dor em mim
Mas sim um eterno verão
E a felicidade é a nossa praia
Nossa forma de viver o amor
Superar a insistente dor
Vou vencer e nos mostrar que sempre há saída
A vida
A morte
A claridade
A escuridão
Tudo o que há é vida
E para explicar 
Ou aguentar
É preciso amar
E amar cada vez mais
E enfim bem viver
Sim eu sou o amor
E o amor não é um só
O amor é todos, é tudo
Não pensem o que penso de mim mesmo
Sintam em si o que sinto em mi, mas em si mesmos, mesmo
E verão o que vejo
Aqui é o céu e o inferno que decidirmos viver
Fui ao fundo
Catapultei-me
Doer doeu
Mas eu faço de mim o que nós podemos
Está longo demais este texto
É que estou ainda me secando
É complicado explicar para si o que fazer de si
Desci de mim
Não tenho mais ego
A vaidade do que os outros possam pensar de mim..
Ah!
Arrebentei os grilhões
Encho meus pulmões
E grito pra dentro de mim mesmo

Vá!
Vou!
Ser o que quero e posso
Já que o céu e o inferno dessa ilusão sou eu quem faço
Não quero mais perder tempo
Sou sim essa criança
E essa brincadeira é minha vida
Um braço do tamanho desse barco afundado buscou-me lá do fundo
E o gemido dos golfinhos abriram os caminhos
Estou aqui
Um instrumento sou


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