quinta-feira, 5 de novembro de 2015

O poeta que liga

Por Gerson Cunha o Reporter Elo*
Onde a boa vida é, em grande parte, uma questão de utilização do conhecimento. Adaptar-se as necessidades da sociedade, que está em constante transformação, exige versatilidade e estudos intensos. Isto tudo num estado de harmonia e equilíbrio.Para isto é preciso ler e experienciar o conhecimento. Englobando as necessidades, habilidades e vontades, conjuntamente com a meta de vida que se tem. E a meta comum a todo o cidadão é vencer financeiramente, mas a isto devemos, também, acrescentar a felicidade de ser útil ao crescimento de nossa sociedade. Este ensejo quer nos transferir a idéia de que devemos achar nossa missão de vida e assim, termos um confortável modo de viver. E para isto necessitamos criar um plano e o seguir. Mas para criarmos um plano de sucesso executável, é preciso muita leitura, observação e pesquisa. Juntando ao aprendizado os erros e acertos dos outros.Somos vítimas do sistema, se não percebermos nossas fraquezas e as corrigirAs pessoas de sucesso corrigiram seus pontos fracos, e os mais freqüentes, hoje em dia, são; os vícios, a preguiça, a falta de conhecimento, a inveja, o acomodamento e o hábito de gastar mais do que se ganha. Isto para citar só alguns.Olhe-se no espelho e descubra seus errosUma personalidade agradável obtém sucesso mais facilmente. A propósito, eu me olho no espelho e me pergunto; O que que é? Percebo minha face invocada e me respondo – Quero o melhor de mim. O leitor deve desafiar-se ao espelho. Vencer os próprios limites, é vencer de verdade. Trocar erros por acertos é a maior vitória.Ensinar é a melhor maneira de aprender o que se está estudandoOrganizo os conhecimento que adquiro e o espalho. Talvez, para muitos, eu seja um paspalho, mas para mim não sou. O vocábulo educar vem do Latim "educo", que significa desenvolver-se de dentro para fora. Então educar significa ser autodidata, isto é, se ensinar, aprender sozinho por meio de leitura e experimentação. É claro que para ser um cirurgião, um engenheiro ou outra profissão que possa colocar em risco a vida de outras pessoas, é preciso um mestre, mas a maioria das coisas aprende-se autodaticamente. Mas é preciso esforço e muita boa-vontade, além de um mínimo de afinidade com a atividade proposta. Este texto dá uma pausa para uma históriaEra uma vez um político (marrom) que se casou com uma mídia (marrom), e os dois foram morar numa fazenda. Lá constituíram suas vidas. Certo dia, passeando pela floresta, encontraram um filhote de águia. Colocaram-no no galinheiro e o chamaram de "povo". Ali, no galinheiro, a águia chamada povo comia na mão do casal mídia e político. O povo foi crescendo, embora fosse uma águia se comportava como uma galinha. Depois de algum tempo, a fazenda recebeu a visita de um poeta, que enquanto passeava pela fazenda encontrou o povo. Chamou o casal, e disse - Este pássaro aí não é uma galinha, é uma águia. De fato – disseram o casal. Mas nós o criamos como se fosse uma galinha e ele transformou-se em galinha. E colocamos nele o singelo nome de povo.-Não - retrucou o poeta.- O povo é, e sempre será uma águia. Pois tem coração e mente de águia. Um dia entrará em conjunção com a sua missão, e estes dois órgãos irão lhe mostrar a grandiosidade da vida.-Não, não deixaremos – insistiram – O povo virou galinha, e jamais voltará a ser águia.Então decidiram fazer uma prova – O poeta tomou o povo, ergueu-o bem alto e com palavras animadoras num tom desafiante disse; - Já que você é de fato uma águia e não uma galinha, já que você pertence às coisas grandiosas da vida, não fique ciscando e comendo migalhas. Abra sua mente e seu coração, suas asas, e voe!O povo pousado no braço do poeta, olhou distraidamente ao redor. Viu as galinhas lá embaixo, ciscando grãos. E pulou para junto delas.Político e mídia comentaram:-Não dissemos, o povo virou uma simples galinha!-Não – Tornou a insistir o poeta – Ele é uma águia. E uma águia é sempre uma águia. Vamos experimentar novamente amanhâ.No dia seguinte, o poeta subiu com o povo no teto de uma biblioteca. Sussurrou-lhe:-Águia, já que és uma águia, abra sua mente e coração, suas asas, e voe!O povo em cima daquele prédio da biblioteca, recheado de livros, sentiu a vibração que emana da palavra e ensaiou um vôo. – O casal se entreolhou e se movimentaram, jogaram ao chão uma quantidade maior de ração.- Quando o povo viu a maioria das galinhas ciscando no chão, desceu e foi para junto delas.– O casal ensaiou um desejo de desistir da prova. O poeta sorriu e voltou ao seu intento.- O casal despistando disse; não adianta, o povo virou galinha. E além do mais seria muito perigoso para ele voar alto, cair e se machucar. Ou até mesmo, se rebelar, fugir e se perder.- Não respondeu firmemente o poeta. Ele é águia, e quando chegar a recuperar o seu poder, ele vai saber o que fazer. Amanhã tentarei de novo.No dia seguinte, o poeta e o casal levantaram bem cedo. E foram para fora da fazenda, no alto de uma montanha. O sol nascia na vida de todos.O poeta ergueu o povo para o alto e disse:-Povo, já que és águia, abra sua mente e coração, suas asas, e voe!O povo olhou ao redor. Viu a imensidão do mundo. Tremia como se experimentasse nova vida. Mas não voou. Então o poeta segurou o povo firmemente, apontou o rosto do povo aonde o sol iluminava e lá estavam os livros que livram. O vasto horizonte abriu-se na mente e coração do povo. Nesse momento, ele encheu o peito e abriu suas potentes asas e com um grito de liberdade ergueu-se, soberano, dono de si mesmo. E começou a voar, a sentir o gosto e a responsabilidade que traz a liberdade. O vento e o invento de sua imaginação criaram um mundo novo O povo voou e voltou. Perdoou os erros seus e do casal. Assim criaram um mundo equilibradamente harmônico. Moral da história: não nos contentemos com os grãos que nos jogam, busquemos nossos ideais e vivamos plenamente. Quem não quer isto, que vivamos plenamente, na verdade, são os corporativistas. Os donos de grandes marcas. Faça da sua vida uma grande e fraterna aventura.Viu. É básico ser-se para viver plenamente.Transforme a informação em conhecimento utilizável, e com o tempo será a experiência necessária para saber guiar a sua vida para um destino de sucesso e realização pessoal em prol de tudo e todos. A benevolência e altruísmo ainda vão ser moda, antecipe-se.A liberdade de poder fazer tudo, nós leva a fazer nada. Não seja uma marionete do sistema, seja o que você sabe e aprende com sua curiosidade. O mais que humano em nós só sai por meio de uma lapidação de nosso cartáter.
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*Escritor e acadêmico do curso de jornalismo da PUCRS.
Texto publicado em site Extemporâneo em outubro de 2005.

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