sábado, 23 de abril de 2011

Pão e lágrimas




Molho o pão com minhas lágrimas
Alimento-me do que sou
Eu ando tão
Mas tanto que
Sabe
Quem sabe
Secretamente todos sabemos que não
Eu me atiro no chão
Do chão
Eu sou mesmo um barro
Uma merda em um sapato
Um burro
Teimo te amo
Tanto que perfumo-me
Não fumo-me
Pela free way não corro
A vida passa livre
Pela situação que eu besta ando
Eu procuro por ti por ae
Mereço seu apreço
Todos merecemos sermos amados
Eu te amo
E nem sei quem és
Ou qual seu preço
Sei que você está aqui no fundo
Onde estou
Vou fazer uma revolução aqui
Assim vou te ver aqui
Aplaudo como um sultão
As luzes acendem
Estamos a sós
Se é sótão ou porão
Colocamo-nos um de frente para o outro
E estamos aqui
E os rios sublimarão-se
E em chuva molharão-nos
Regarão cada regato de nós
Lavágua
Levágua
Traga-nos a nós nós mesmos

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