sexta-feira, 8 de abril de 2011

Creio que seu seio é o meio por onde venho

Contam meus refúgios
Os próprios
Que em minhas insônias platônicas
Os sussurrantes relógios elogiavam minhas eloquências
Tanto que até hoje
Os relógios mesmo sem tic-tacs estão a vapor
Pra meu pavor os rivotris não dão conta
Sou macho e bicha
Conforme minha consciência

Gol
Gol

Insônias há deus
Na varanda minha vara anda
Nas mulheres venho e vou

Volto da comemoração
Um só coração
Uma flor no balcão

Meu bafo roça a tela do notebook
Note o livro em minha boca
O dedo digita o que me frita
Frito

Me livre dessas vidraças
Me leia
Largue outras desgraças

A fumaça do meu um é só pra nós dois

Seu focinho foi achado aqui no meu ninho
Esfrega tuas pregas em minhas entranhas
Tuas
Mas até aqui a ti tão estranhas

Não fuja de minha mão
Pinto em todas as unhas tuas duras rotinas
Que não a roem corroem

Todas as regras ainda existem
Mesmo após tantas loiras
Negras são tuas madeixas
Que pintas de louras

Minha língua ainda resvala na tua vala
Nada que te abala
Outra bala
Outra outra coisa coisa outra
Na retina tina o crepúsculo
Amanhece
E outra cara tua me aparece

Pousei em tua cama
Repousei sacana
Será que seu nome ainda é Ana
E o meu ainda é bacana
O cinzeiro lembra uma chaminé
Me chama né
De seu chimpanzé
Seu rosto me lembra meu Pai Zé
Mas ia um dia ser uma Maria
Caso fosse eu que te amaria
Suba em meu terraço
Que te mostro que a terra é de aço
O meu ta la embaixo
E alça vôos conosco
É sim sonhei ter um helicóptero
E o tenho
Pela rua fluo
Enfrento ventos
Mas seu rosto assim
Pra mim nojento
Eu não guento
Estou prolongando o texto né
Um pretexto pra não te comer
Você acha
Que eu prefiro escrever
A encaixar-me na tua racha?
Minha casa são todas as rachas
Digo
Casas
E casas têm duas asas
Uma eu
A outra está em seu peito batendo
Abana minha cabana
Abrasa minha ferida
Um bar
Um lar
Um Par
Chega de rimar
Dá me teu colostro

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