quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

A vida é bela!





Ada é uma universitária, que leva uma vida torta para pagar a faculdade de direito. Suas contas estão atrasadas, as notas baixas e os seus sonhos estão se perdendo. Sozinha sem alguém para amar, para compartilhar, ela não via mais motivos para viver. A morte era uma constância em sua vida. Um túmulo se via em cada vinco de seu inexpressivo rosto. Pura apatia, sua face era uma lápide onde lia-se desamor. A procura de um homem leal, inteligente e interessante aos seus interesses a desgastara. Até que no meio de uma depressão, surge uma paixão ardente. Naqueles olhos cavados por rugas brilha a esperança. A procura acabara. Conhecera Evo, um poeta e cineasta que está sempre sem dinheiro, mas feliz. Naquele homem com olhar esperançoso de menino, ela sentiu carinho. Uma faísca de chance na sua vida surgira. É o amor renascendo. Suas vísceras se descongestionam, a esperança floresce. Desvencilha-se da nuvem passageira do desespero.
Parece ser um sonho, mas bem a sua frente milagrosamente está Evo, seu tão esperado príncipe, em carne e osso. Ou será mesmo a vida o sonho de cada um? Evo, em belos trajes, a olha e como uma flechada de cupido a convida para passar um final de semana no campo. Uma música ressoa no ambiente, uma trilha musical para os dois. A voz íntima de Ada responde que sim.
A viagem começa bela. Tranqüilos seguem na estrada, enquanto o sol insere-se no horizonte, como uma ficha na máquina do destino. Ele, a cada troca de marcha, mexe na coxa de Ada. Eles chegam e a promessa de um belo findíssa concretiza-se. Os olhares de ambos clareiam o final de tarde âmbar. Ada olha o mato vivo, sente a vida. Evo com cara de desejo a fita. Os dois se encaram. Surge uma volúpia no ar. Uma enorme saliência cresce na calça de Evo. Bem em seu bolso da frente, que a uma primeira olhada parece uma lanterna, mas ainda não estava escuro. Um isqueiro talvez, porém nunca vira um daquele tamanho. Um celular, impossível, nem os tijolões de antigamente comparavam-se aquilo. O volume em suas calças cresce, aponta para ela como um foguete. Um míssel pronto a disparar uma ogiva seminal. Tão louca situação fez os muros caírem. Ela desmorona e clama para que ele saque para fora àquela pistola. Ele arrancou seu calibre já o encapuzando. Ela entendeu bem, não vacilou. Arremessou-se avidamente de boqueirão. A vida volta em sua mente, via coração à tesão. Sugando aquela vara, que parecia ser um pirulito saboreado na varanda da infância. Sente, no céu de sua boca, aquelas loucas cabeçadas de glande golfando vigorosamente vida em sua garganta. Ada não quer parar. Seus peitos chacoalham fazendo uma doce brisa no saco dele. Sua voz suave geme uns humsss, enquanto ele diz; não para, não para. Os dois se olham sacanamente, ela vira e mostra o botão rosa. Evo com sua língua umedece o alvo, que logo acolhe o seu patê. Ada sentira no que sentara. Estremecem os campos, sopram alísios ventos. Os dois levitando vão para o quarto. Os lençóis do leito, como velas conduzem o casal de amantes ao destino do prazer. A cama uma nau navegando no ilimitado oceano do amor. Ele com sua mão macia e vazia a intrigava e excitava. Seria só aquilo, o tato o contato, o pele a pele, a sua procura no outro, no ato? A cura de sua loucura? Belisca-se na própria bunda, senti a estocada profunda dele, que põe e tira aquilo teso de todos seus orifícios.
Num momento Evo pede novamente sua boca. Ada envolve o mastro com sua língua, que tremulando como uma bandeira o diverte. Ao vento de suspiros os dois vão além de si. Os dois se sentem aqui e agora. Se olham. Se querem. Se amam. As mesmas emoções sentem. Depois ela vira e abre as pernas, ele ganha um visual interno igual ao da caverna que um dia saíra. Vê a paz. Suando até pelos olhos, sentem-se vivos e que a vida é boa. Evo retorna de cabeça erguida ao útero. Eles descobrem que retornar ao lar é com respeito se dar e se amar.
Palavras em urros, pra lavrar os corpos. Arados de carinhos, plantando as sementes de suas mentes. Na vontade de ter prazer sem culpa, Evo troca de camisinha, Ada concorda. Preferem não procriar. Unidos deliciosamente seus corpos ganham asas e cores. Voltam a ser dois em um. Decidem chegar ao clímax juntos, agora. Magnífico aqueles rostos tão perto, caretas e gemidos homenageando a vida. Sutil e misteriosamente completam a viajem e retornam sem alarde. Chegaram onde ainda muitos humanos não ousaram. Beijam-se longamente enquanto aquele eterno orgasmo se expande a toda parte do corpo, do quarto, do universo inteiro.
Os dois abraçam-se e não fumam, foram longe demais para retroceder a esses prazeres mundanos. Ada sente Evo leve, e ela mesma está flutuando. Do peso do mundo em seus ombros, nem sombra. Pegara a estrada da vida sem mochila. Ontem nem imaginava estar se entregando a vida prazerosa e relaxada. Agora seguia esse caminho, até agora, estranho de suas entranhas. Sem impor complicações segue o sexo, um meio do ser humano transcender. Largada na vida, a vivendo.
Depois ela, serena, repousa a cabeça no peito desnudo de Evo, e observa ao lado as camisinhas recheadas, por de todos os modos possíveis terem transado. Seu ouvido, sovaco, entre os seios e até sua face, tudo servira de receptáculo. Os sulcos de lágrimas, em sua face, agora colados a sêmen, sumiram. Aqueles quadros bizarros que suas rugas emolduravam, agora vivem uma outra realidade, a do amor de verdade. A verdade do amor simples e calmo, não complicado nem rápido.
Oh! vamos repetir esse dia, essa noite, sempre. Diz Ada.
Evo com a paciência de amar, afirma que o sempre e o nunca inexistem. Que só o amor verdadeiro é eterno.
Ada olha Evo.
Evo olha Ada.
A vida é bela!
Os dois adormecem ternos, lendo no teto do universo, soletrado pelas estrelas que amor com respeito é a solução. Estrelas/almas entre elas a luz. Alma/gêmea é sexo...E no fundo sabemos disto

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