sábado, 2 de janeiro de 2016

Marionetes do destino



A cor dos meus olhos desbotados insistem
Sei
Mesmo a vida sendo só uma e tá
Não sou só isso
Uma vida minúscula aqui no Humaitá
Eu olho para os lados
Eu saio dessa fila dessa sopa maldita
Da banalização da música de ostentação
Crio ativo
Minha mente investigo
Tipo trigo do joio separo-me
Ponho no varal minhas pálpebras
E o meu olhar marrom vê bem o que é bom
Mergulho na piscina de minhas lágrimas
Tomo o ar de meus pulmões
E bebo de minha alma o néctar
Bom estar sem aquele mal estar
Passo o roldo no ralo
E pelo talo engulo meu orgulho
Brilha minha trilha
A vida certa na errada achada
Volto nova mente
Nave gente
O sacrifício está feito
Emirjo e mijo
Calma e pacientemente balanço minha vara
Agora sei pescar
E pensar que sou, não me torna o que sou
Ajo
Viajo
Voltei
Ei
Sou eu meu rei minha rainha
Compreenda que cada fato é um ato nesse teatro
Te ato em nós
Aceite o meu eu que agora compreendo seu
Se somos nossos
Mesmo marionetes do destino 
Beije-me ternamente
Internamente
Lá dentro da vontade da língua
De onde surge o verbo primeiro

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