quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Essas janelas que são meus olhos



Grito pela janela
Cadê ela
Aquela cadela
Meu grito implora que volte
Sei que ela acha que sou louco
Mas é pura ilusão dela
Eu grito pela janela
Cadê ela?
Perco agora também minha voz
Estou a procura da cura dessa loucura
De estar entre nós
Mas não sentir-se
Sei que o meu estilo é quebrado
Mas não gosto do impopular gosto
Volto a minha janela
Não vejo mais ela
Estou sem voz e suando
Vou tirar a camisa
Vou rasgar minha camisa
Nunca mais vesti-la
E nem saber dela
Minha voz está voltando
Agora em sussurro
Gota a gota vou amando uma a uma
Vou sorvendo a vida
Ávida da minha
O ontem já se foi
E vem um outro dia dar oi
Meus amigos se foram
Junto com meus amores
E minhas dores que marcaram
As estou escrevendo
Vivo um trauma de guerra
Já que nasci estou aqui e aqui eu vou ser-me
Nem olhe para mim
O que estou fazendo?
Lutando contra meu destino
Volto para a janela
Sem camisa
Viso
Avisto ela de volta
Estou outro ela vê
Ela participou ativamente do desenvolvimento de minha mente
E o meu coração está aqui
Intacto
E o fim do texto se anuncia
É outro dia
Amanhece e em nada me agarrei
Escorrega-se por entre meus dedos
Meus medos
E minha vida passa por essa janela

Essas janelas que são meus olhos

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