sexta-feira, 20 de maio de 2011

em letra miúdas


sinto-me sozinho nesse mundo
estou caminhando só por ae
por mais que eu fale ninguém entende
tomo cada susto com o que vejo
minha profissão é quebrar a vidraça dessa raça
ponho o dedo no gatilho em cada noite de insônia
acordo desarmado
desalmado
insana noite
insana madrugada
insana manhã
sou mesmo um...nem sei
quero salvar todos no mundo do mundo
quando eu próprio pouco livro-me
insana cabeça que pensa que pensa
pairam novos ventos pelos fundos
abro a porta de cada sentimento que sinto
que vejo
sim de fato preciso de óculos
sim de fato eu procuro uma pessoa
uma pessoa que me ache
nesse mar imenso e cheio
vira e mexe sinto um vazio
pena que eu esteja assim
por que se não eu iria ae
pegaria
pecaria
pagaria
porcaria
riria e não iria
estou insano esse ano
estou em plena revolução
estou sofrendo tanto
meu diário fugiu a cavalo
eu a pé e na miséria atrás
vá cavalo fuja desenfreadamente
abri as porteiras
tirei a coleira
cólera
puleiro
puteiro
tenho no bolso umas moedas
quero partir a passos miúdos

Um comentário:

EXPEDITO GONÇALVES DIAS disse...

Lindo poema, cheio de vida! Mais...ansiedade!
Abraços!