quarta-feira, 6 de abril de 2011

Cara que a toa? Sou o Krakatoa

Em equilíbrio dou um soco no ar
Pareço o Pelé comemorando um gol
Hipocrisia refinada a minha ter aguentado até aqui
Esta história da carochinha
Descido que em meu peito só se aninha a ventania
A ventania da mudança
Uma renovação saudável
Respiro fundo e o jogo viro
Me digo
Não quero ser mendigo
Eu nessa idade ainda desempregado
Anarquistas graças a deus
A falsa segurança de um emprego de assalariado
Eu não sou desses troços
Viver em destroços
Para os que não se encorajam de sonhar
Eu sonho os meus e os seus
Sou contra qualquer modismo
A miséria trás o comodismo
Se quiser se acomoda e não mais seus patrões incomoda
Não busca nada mais do que dinheiro para pagar carnês
Vive uma rotina automatizante de uma intensidade letárgica
Trabalha no mesmo local
Comenta sobre o futebol
No caminho do lar para no bar para as mesmas merdas falar
Muda de vida ou vai a perder
Em casa TV
Alguma desgraça no jornal
Viu nega véia não somos nós naquela enchente
Outra traição na novela
Não temos nada a ver com ela
Vem cá mulher não me enche
Um sexo para aliviar a mão
É fim de mês o salário tráz a falsa segurança outra vez
Nas férias vamos pra qualquer lugar onde não vamos muito gastar
Beber
Fumar
Nos trair ao menos em pensamentos
Comer rangos gordurentos
Dançar sucessos gosmentos
Mascar refrões chicletes a contra gosto
Pura diversão barata pra depois suportar mais um ano sem barato
Mas o nosso dia vai chegar
Vou me aposentar
Na aposentadoria vivo a minha vida
Aposentado velho e adoentado
Aproveitar a vida com um sorriso desdentado
Pelos filhos destratados
Quando jovem tua força servia para carregar caixas
Agora velho e ignorante não serve mais pra nada
Repousa na cama enquanto lembra dos sonhos desperdiçados
E das oportunidades não aproveitadas
Não
Não
O ser humano só vive em evolução
O desafio e a promessa do que podemos ser é o legítimo viver
É preciso aprender a viver
Pois você pode não ficar maluco
Mas vai morrer antes mesmo de envelhecer
Desperto ao sonho do que quero
Me preparo para o disparo
Não vou viver como um ignorante
Como um ladrão
Que com uma arma na mão acha que vai conseguir sem trabalhar ter o que não tem
Vida de ladrão dá o maior trabalho
É uma merda viver fugindo ou pensando e usando merda
Ninguém gosta de ladrão (eu não quero ser alguém que ninguem gosta)
Renovo-me
Sou meus ovos de ouro
Sou um homem do interior
Do meu interior
Cuja a capital é o meu capital
Sou eu que atuo na minha vida
Por não mais aturar a antiga mesquinha
Tatuo a liberdade de lutar no meu peito cheio de vento
Dos inventos que tenho
Sei que muito já foi feito
Mas ainda tem a minha parte
E que será feito do meu jeito
Sou um humano livre
Não um monte de ossos sem reações alguma
Que somente segue a estrada por outros projetada
E esta estrada só leva ao túmulo dos números do esquecimento
Não
Eu sou a conseqüência de milhões de anos de evoluções
Estou em eterna erupção
Como o Sol
A Terra e a Vida
Sou um vulcão que jorra ouro
Metafísicamente ouro
Sacou?
Os Alquimistas estão chegando

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