quinta-feira, 8 de julho de 2010

A epopéia de um adito




Minha’lma me procure
La fuerza della Vita me vasculhe
Pois os erros me jogam nos braços da noite
Bem onde a mente me esconde da razão
Onde nem o coração me acha estou


Enquanto isso..

Olho para a mesa farta de trago
Que nada traz ao trigo de cada dia
Além de um amanhã de azia
Prazeres que nada têm pra dizer

Não adio o adeus as tentações
Confesso
Com as drogas e prazeres converso
Peço um momento...

-...Queres então abandonar-nos?
Anos fomos parceirinhos

-Sim
Quero me ser sem vocês
Mas em abstinência passo a noite contando carneirinhos
E nada do sono enriquecedor vir
Para explorar as jazidas do amanhã

-Viste
Precisas de nós
Como sempre precisou

-Falsamente me querem fazer crer
Que o sofrimento que me causam
Pelos desatinos drogaditos
É a promessa de felicidade!?

-Não te sentes feliz?
Ao menos por uns momentos
Tu que achas o momento a coisa mais importante
Pois te dou-o deslumbrante
O depois à tua filosofia não há

-Mas como posso pensar em ser feliz assim?
Como um escravo das tentações

-Nós temos a paixão
Esse incêndio voraz que toma conta da razão de vocês
Bem sabes
A carne é fraca

-Eu do mais sublime Eu
Amo a felicidade sem artifícios
Essas vendidas em bares ou esquinas
A felicidade que busco está na VERDADEIRA PAZ

-Mas quem te garante que não renuncias à felicidade
Por uma ilusão fantástica
Mais falsa que nossa sensações
Confias de mais em tuas forças
Sempre recorres-te a fugas
Serás capaz de viver sem nós?

-Estou no momento vulnerável
Fraco diante do mau hábito
Do vício propriamente dito
Sinto da serpente o hálito
No pescoço teu dente ao eu adito
Há na vida outras vazões
Por onde saia o infinito íntimo
À sublime existência jogada em semente
O broto a brotar na vida bem vivida!

-Espera
Mas e o prazer que te demos até aqui?
Não podes te desfazeres de nós assim
E tua nobreza?
E quando quiseres voltar?
Diariamente reapresento-te meus prazeres
Que sei bem conheces
Sinta nossa força nesse desfile de delírios:

-Quantas viagens!
Quanta fissura que minha"lma me fura
Em delírio vejo belas virgens desfilando nuas em minha frente
Num banquete onde está servido tudo de mundano
Uma deslumbrante parada
Gatas lindas com carreiras de cocaína em seus regos
Largas doses de bebidas nas mais rosas vaginas
Baseados em depilados ânus servindo de maricas
Jogos dos mais diversos valendo boquetes por baixo da mesa
Promessa de eterno happy hour
Papos de mesa de bar (vazios e evasivos)
Lança perfumes em sedas embrulhando lindas tetas
Picanhas servidas
Gordas como os grossos lábios da morena
Zonzo eu
Fiquei num vai e vem
Que não fui
Disparei minha imaginação ao horizonte
Despontando o primeiro raio de sol da vontade
A esperança vencendo o duelo com o desânimo
Me ajudando a proferir um enérgico EU SOU
JAVÉ já vou
A dúvida que forrava a minha carta de alforria
E fazia a farra como queria
Se perdeu
Ferramenta Sou Eu de Deus
Então serei Eu mesmo meu verbo
Que dolorosa luta interna
Dois eus em mim
Um do fim
Outro que mereço
Do recomeço
Áh!
Hinos
Sinos
Nesta agonia desesperada a tentação ouve o toque divino
E sai em disparada
À calma despertada
Com a alma empolgada
Me digo

Mas te digo o motivo
De uma vida sem crivo
Mesmo assim cravada de alegrias
Sem diamantes nem algemas
Soluçando solucionando
Verdades sem esquemas
Dos clarões do céu de minha boca estou falando
Quero dançar meus lindos textos
À melodia de leituras suaves
Como aves a voar leve pelos ares
Quanto trabalho por fazer
Fazendo a continuação dessa tábua mosaica
Divido águas salgadas as atravessando
Jorram pelos meus humores os sete mares
Surfo no pranto vivo de plânctons
Replanto a semente da verdade em meu coração
Rego-a com as águas da profunda emoção
Salivo sublime em mim
Boca a boca me ouço
Tipo Eu meu salva-vidas
Minhas células uníssonas em brados
Gritam
Enchem meus vasos do mais puro e renovado sangue
Aplaudem meus órgãos
Me fazendo saber que o trabalho para a vitória é constante
Eu comigo resolvendo
Com minha carne e ossos
Comovido pelo ofício
Que todos têm na vida
Percebo agora que me escondia atrás de mim
Que no reflexo no espelho ainda não era eu ali
Meus olhos se moviam
E nada de me achar
Nunca havia me visto verdadeiramente
Apenas pequenas vislumbramentos
Aquele reflexo naquela aparência vazia
Cheia de lamentos
Nada em minha cara era meu
Aquela fuga de mim mesmo
Como um dia iria dar certo?
Era a morte em vida escondida
Arma-se em mim uma tempestade
Nesta madrugada de insônia
A dádiva se formando no éter
Eu ali fritando
(Levanta-Te)
Levanto-Me
Abro a janela
Em minha cabeça a água divina cai
Uma chuva fina que parece engrossar ao me ver
Ao céu Me indago
Em luz a resposta
Eu pagão suplico
Em relâmpagos a relação firmo
O firmamento é a minha voz íntima
Respondo-Me ao dia despontando
Saudando a aurora
Em silêncio a outrora
Eu mudo mudando
Como dizer ou descrever
O indizível e indescritível
A não ser essa vã tentativa
Tento outra vez
Os rumores cessam
Aumenta o silêncio
Ondas mentais conscientemente calmas
O coração bumbo marcando o som profundo
A bonança após a tempestade de inquietudes vem
A luz vinda do infinito continuando a vida em mim está
Uma profunda volta por cima
Circular a helicoidal existência garante minha permanência
Atitude que só a solidão proporciona
Senhor contigo estarei onde for
Vós dou-Me em retorno

E as drogas sozinhas são inofesnsivas
Amigas

-Silêncio equidistante

Nenhum comentário: