segunda-feira, 10 de maio de 2010

Já que nasci aqui, assino

Eu olho pelo embaço da janela
Chove lá fora
Aqui dentro...
Dos meus olhos escorregam crianças
Que brincam de esconde-esconde em meus vincos
A chuva lá fora quer me dizer algo
Não
Não vou me recusar
Eu quero entender o que ela diz
Não eu não confesso nem professo
O tempo molhado em osmose a mim
A cada gota vivo ainda
Em essência o mesmo
O vidro divide a vida na transparência
Meu bafo embaça o papo
Eu não vou saber mesmo
Mas não rejeito um toquezinho
Pois eu nasci e renasço
Em meio a esse vidro de aço
Eu reflito enquanto isso
Tanta coisa longe de certa
Não nada que eu não queira fazer
Alerta
Eu vou estar aqui digitado
Mas nunca deitado ou em festas perfumado
Chuto o balde de gelo
Na madrugada acordo em meus acordes alfabéticos
Eu sou uma criança
Presa aqui dentro
Pois chove lá fora

Nenhum comentário: