domingo, 1 de agosto de 2021

Escrevi uma poesia...


...Ela quer dizer alguma coisa...

O quê? Não sei

Mas digitei o que senti, ali

Sem meias-palavras deixei fluir

Havia, na escrita, entanto uma ternura mansa 

Como a que se vê nos olhos de uma criança doente                  

Uma precoce e incompreensível gravidade

De quem, sem ler jornais

Soubesse da violência, dos sequestros de inocentes

Dos que morrem sem culpa, sem chance

Dos que se desviam do caminho da vida

Escrevi uma poesia de um condenado a estar nos jornais

Embaixo deles

Era eu ali no chão?

Não! O que fiz comigo... com minha família

Mas não, esse não sou eu. Não!

É só um pesadelo, um devaneio

Mas no que escrevi tinha algo de cego que eu não via

Que seguia pela estrada errada. Mas não, eu não!

Não foi para mim o que escrevi

Era sobre um menino que bem se via, ele não entedia o mundo, o mundo não o entendia...

Tomado, então, por atos insensatos

Esse menino vivia em busca do que enlouquece

Tornara-se alguém preso

Cadê a liberdade que todo menino tanto deseja?

Que dor insuportável!

Não quero mais escrever esse papel...

Rasguei-me em mil pedaços.

Juntei-me

Respirei..

Estou aqui para escrever meu destino

Meu destino... que faço... que faço

Nosso!

 

 

 

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