terça-feira, 28 de julho de 2020

Agora


Um velho usa sua blusa suada da suástica que o estica ao passado passando em seu velho corpo cansado suado
Solta suas botas pelo caminho por onde quando jovem já fez grandes bostas e apostas
Ah vou tarde já vai
De couro sua careca brilha sua mente que sente o momento puro da sorte de sua morte em velhice
Quantos amigos jovens o esperam
Seu olhar alvo como seus cabelos caindo ao chão
Cala a boca por falar que em suas mãos estão os calos rebuscados
A velhice é invisível da juventude
Uma atitude dos mais velhos seria talvez não olhar pra trás
O beijo cruza a vida em zoeira tipo poeira escondida na ferida inflamada
Que infla a pele dourada de pus
Pus-me daqui pra lá do vale da vida
E agora sentado em minha lápide lapido o meu pedido
Se houvesse em mim ouvidos
Faria não duvido
De um caco de vidro espelho de meus atos ensaios
De meus ais nos cemitérios dos mistérios
Agora pego minha alma e levo de suas correntes o carma
E com calma sigo cego sem mais nada do que minha alma lavada
Levada ao mais calmo vento em brisa
Minha vida desliza
No mais estou indo ou vindo embora


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