segunda-feira, 9 de julho de 2018

Homem tira essa dor daqui




Aquele cara que você amou não existe mais
Pare de insistir
Ele deixou de existir
Não quero mais te ouvir aqui
Nada mais faz sentido só tê-la aqui 
Queria tê-la ouvido
Sabia onde estaria
Nessa baba espumante de loucura
Enfio outra agulha nessa tua bolha que nunca estoura
Sei dos meus erros por meus berros
E de meus acertos por certos devaneios
Estou imerso nesse verso
E ao inverso todo o universo cai nessa chuva
Que cai como uma luva
O vapor de meu pavor no vidro da janela olhando a rua nua
Eu aqui ainda na sua
Minha mente sua
Meu bem sei que pedi para você partir
A partir daí a perdi
E a dor a me repartir
Olho pra rua
SE chove sou eu que a molho
Pego meu molho de minha carne
Que essa dor se desencarne
Estou chovendo
Está doendo
Com raiva dessa dor

Dor de estar como estou
Por instantes de outros prazeres
Pra seres por seres outras
Assim carrego meu ego
Confusa minha voz difusa
Diz algo sobre nós 
Que torna minha mente do tamanho de uma nóz
Minha sombra assombra minha falsa imagem
Eu estou assim sinto tanta dor que o amor confundi
Se fundi
Me fode
Sacode meu passsado
Eu amarrotado sigo em dor
O arrependimento tem um comprimento maior que tudo
Mudo vou mudar num tão curto
Quase surdo espaço de tempo
Eu quero eu te preciso
Quero ser conciso
E tentarei o ser agora
No silêncio dessas palavras digitadas
Tatuadas nos vidros de todos os meus suspiros
O frio
O vento
A chuva úmida
Unida a minha dor
Zunindo palavras que lavram lavouras madrugadas adentro
Bebendo pelas ruas em farrapos
Voluntário de uma causa esquecida 
Minha vida urra um não
Minha atitude burra acorda
E concorda em tirar do pescoço essa corda
Ou não 
Mais uma noite de chuva e frio
Coberto de jornais racionais
Não 
Não vou aguentar
Minha rebeldia se rebelou desta noite
Eu vou fazer um novo dia ao amanhecer
A vida palpita um palpite de seguir meu coração
E pra por cor na ação de acordar de madrugada
E não importa o quanto tenha ou esteja chocendo
Nem o quanto ainda está doendo
Vou segui vivendo
E...
Aquele cara que você amou não existe mais
Parou de insistir
Ele deixou de existir
E a raiva dessa dor passou
Eu preciso estar onde estou
Ter sentido o que senti agora faz sentido
O céu com a terra se encontrou
E a dor foi o elo para conectar o sublime 
O amor me conectou e tirou essa dor daqui
Sou um novo homem
Renascido 
Morreu o Romeu da paixão
E hoje a água fria da chuva
De tanto misturar-se em minha face molhada de minha lágrima quente
Segue a temperar minhas tintas
Da nova vida que estou a pintar



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