...Ela quer
dizer alguma coisa...
O quê? Não sei
Mas digitei o
que senti, ali
Sem
meias-palavras deixei fluir
Havia, na escrita, entanto
uma ternura mansa
Como a que se vê nos olhos de uma criança doente
Uma precoce e incompreensível gravidade
De quem, sem ler jornais
Soubesse da
violência, dos sequestros de inocentes
Dos que morrem
sem culpa, sem chance
Dos que se
desviam do caminho da vida
Escrevi uma
poesia de um condenado a estar nos jornais
Embaixo deles
Era eu ali no
chão?
Não! O que fiz
comigo... com minha família
Mas não, esse
não sou eu. Não!
É só um
pesadelo, um devaneio
Mas no que
escrevi tinha algo de cego que eu não via
Que seguia pela
estrada errada. Mas não, eu não!
Não foi para mim
o que escrevi
Era sobre um
menino que bem se via, ele não entedia o mundo, o mundo não o entendia...
Tomado, então,
por atos insensatos
Esse menino
vivia em busca do que enlouquece
Tornara-se
alguém preso
Cadê a liberdade
que todo menino tanto deseja?
Que dor
insuportável!
Não quero mais
escrever esse papel...
Rasguei-me em
mil pedaços.
Juntei-me
Respirei..
Estou aqui para
escrever meu destino
Meu destino...
que faço... que faço
Nosso!