segunda-feira, 22 de novembro de 2010
Estou são em drogas demais
Penso seriamente no momento em que vivo
Estou bem
Tô com frio, ligo o ar...
Minha carteira tá recheada
Mesmo assim estou sofrendo muito
Não estou feliz
Quero evoluir
Meu bem-estar
Essa comodidade
Nada me satisfaz
Quero a minha voz
Quero falar
Sinto-me responsável pelo viciado
Pela mãe jogada ao chão com seu filho no colo
Não me calo
Sinto-me responsável pelas estatísticas do trânsito
Pelas árvores
Pelo mar
Por você não me amar
Pela fome
Pelos mortos em assaltos
Toma-me uma deprê
Tanto por fazer
Hoje acordei PRA FAZER
Todos queremos viver
E temos mais ou menos os mesmos desejos
Os animais não querem sofrer
As plantas querem água
Todos querem, no fundo, a paz
Ninguém quer morrer
É importante alargar minha imaginação nesse exercício que é a vida viver
E continuar a evolução
Refino a farinha dantes
Fabrico imagens pensantes
Full HD é pouco
Sofisticado é ser ser humano
E Eu Sou
Meu pensamento tem no mínimo a velocidade da luz
Meus sentimentos são infinitos
Sou meu melhor
Estou aqui e sou o resultado de toda a evolução
Não estou competindo nesta loucura atual
Aproveito essa oportunidade bagual, mesmo que imaginária
O mundo é feito de possibilidades
A tecnologia de hoje foi antes imaginada
Logo projetada e fabricada
Tudo o que há
Foi fabricado primeiro na imaginação
Pode ser ilusão
Mas eu amo todos
Irmãos e irmãs
Então do que adianta
Eu jantar quentinho
Enquanto na rua tem alguém sem pão
Pensar nos demais me traz dignidade
Exercito minha compaixão pelas pessoas
Some a dor
Utopia?
Utopia é tentar ser feliz deixando tudo como está
Amo todos sim
Quanto mais difícil for amar
Lá estarei a me exercitar irrefletidamente
Sei que amar bandidos parece impossível
Mas dói saber que eles se criam no beiço de minha indiferença
É preciso amar o errado até ele se trocar de lado
É preciso despregar o que está na cruz pregado
Respeitar a matéria desapegando-se
Estou buscando no meu íntimo o amor legítimo
É quando sinto me vivo
Criatura divina
Assim satisfeito com o feito
Inflo o peito e digo a mim mesmo
Estou em paz a amar
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