sábado, 12 de junho de 2010
Jogo íntimo
Vou lhes relatar as fantasias que os sonhos permitem
Silencio o sentido de inquietude da minha vida
Paro na frente desse mar de amar
Enjoado de falar
Só falar
Mudo
Recolho minha língua
Fico mudo a escutar
Em silêncio alcanço o céu de minha boca
Conecto-me ao umbigo do mundo
–Ouça meus pensamentos vivos em ti
Eternamente no agora
Ouço (lendo no éter) as coisas descritas
Talvez anunciem ao nosso sentimento-raiz
O que um dia estará sentindo
Ao isto leres
Se concentre
Este texto é um jogo íntimo
Snif
É noite
A neblina da loucura perambula pela madrugada
Uma névoa de sentimentos e medos
A escuridão não dá onda
Mas nos muda
Sinto o louco inebriar d’uma pedra
Não fumo mais
Mas prenso o ar e o pensar
Entre as paredes de meus livres pulmões
As luzes dos apartamentos se apagam
Minha libido acende
Encharcando minha cueca
Dispo-me
Amplamente nu, refresco-me, macho
Imagino ela
Ou você mesmo
Me fitando
Um convite a se jantar
Olhos acesos
Brilhantes como dois sóis
Trespassando os lençóis
-Imaginação não minta
Estou só!
E sufocado na minha caverna de detritos
Esses destroços apóiam essa insana ação
De ejacular na mão
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