Amor d A maiúsculo
Juntos, cantando, espalharemos por toda parte amor
As armas e a grana q tanto amas
Enterre e suba ao céu
Se incline, ouça por um pouco esse louco
Com gana e sem grana
Role na grama
Eis um novo exemplo
Um estilo p nadar contra a corrente
Não deixaremos versos esquecidos. Agradecemos
Aqueles que nos Reinos lá da Aurora
Prestaram-se a descer
Como um favor ao nosso atrevimento
Por amor temos subido ao sabido
Descido ao acontecido, tecendo o acontecendo
Hasteando a bandeira sempre vencedora
Dos Eternos moradores do luzente
Sentimos de grande valor essa forte gente
Q por aqui passa sempre
Se entre vós a verdade não se nega
Aqui o q pode a gente pega
No mar tanta tormenta, e tanto dano
Tantas vezes a vida passa despercebida
Na terra tanta guerra, tanto engano
Tanta necessidade de amar esquecida
Onde pode acolher-se um simples humano?
Onde terá segura sua vida?
Que não se arme, e indigne o Céu sereno
Contra um bicho da terra tão pequeno
Mas os olhos d’alma mostram o quanto pode quem quer
E faz deles um sol, onde se apura
A luz mais clara, que a do claro dia
Quanto mais bato e espero, mais recebo
E tudo quanto recebemos é d todos
Em proveito disso eu nada levo
Nada em vãos prazeres é real
Em verdade só o amor re-existe
É um não querer mais que bem querer
É solitário andar por entre a gente
É nunca contentar-se de contente
É cuidar que se ganha em se perder
Assim é o amor!
Leia Luís de Camões
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