segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

Piegas me Pegas

 

Quase sorrindo vi uma lágrima caindo

E do ar daquele instante me distanciei e vi mais

Estava relativamente bem, mas me sentia mal

E eu olhei bem no espelho distante minha face

Minha nuca correu de mim

Fez uma volta por cima e por baixo

Enfim estava na ponte entre a vida e a morte

Parei embaixo dessa ponte

Uma voz criei

Ela disse: Sua vida me conte:

Eu em subterfúgios não consegui conectar meus pensamentos

Não quero me explicar

Mas não consegui minha vida contar

O espaço entre o céu de minha boca e minha voz se preencheu de um vazio

Estava com azia de tanta bebida

Eu queria alcançar uma comunicação com minha própria vida

Que extinguia

Eu

Eu duvidava da dádiva da vida

Me levantei e corri para cima da ponte e me joguei da vida

Juro que eu pensava ser um muro aquela altura

Fiz o crime de me jogar ao outro lado da vida

Havia vida no outro lado

Ela me jogou de volta e me fez uma ponte

Uma fonte da vida

Uma água que verte pelos meus olhos é minha fala

Que nunca cala

Alo alo

Você que está querendo desistir

Leia isto

Seja o Cristo ressuscite

Saque aquela estrela que estala em cada pega na pedra

Alo Alo Falo

Se não há mais o que falar

Há ainda o ar

Se jogue

Se toque para cá

Pra que pecar e contra a vida atentar

H2O nós aqui

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