Virei mais uma noite sem dormir bem
É outro mundo a madrugada
Uma fome de origem não natural surge e urge
Faz eu pensar que eu não sou ninguém
Quem sabe de mim quem me vencerá?
Confuso mudo tudo
O sino está tocando e me chamando de humano a desumano
E vejo TV
E olho no celular minhas fotos
E portanto nada satisfaz
Já dei uns dois bagos em minhas mãos
E não é fácil a erosão bate na ilusão
Inútil pensar
Viver assim é impossível
E amanhece de novo
E o sol enorme de minha solidão clareia tudo e mostra que foi por pura insensatez eu não dormir mais uma vez
E o doce silêncio de meus pensamentos que amarguraram a madrugada toda
Quem sabe eu saiba algo que não sei
Agora olhando a janela e escrevendo isso
Sinto que a vida é uma maravilhosa confusão
Mas da onde surge essa força tamanha
Esse vento que entra dentro de meu peito e mantém-me em movimento
Penso e sinto a margarina passando lentamente no meu pão
Será hoje?
É quando sino saudade de antigamente
Dessa bandeira fincada em meu passado
Sinalizando que faz tempo que sou contra tudo e contra todos
Mas eu sou mesmo meu herói
Longe está a eternidade a interna idade
E para ser franco o amor me acordou
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