Estou com fome e com sede
Cansado de andar e sem onde parar
O sono bate e sem dormir
E a dor que há em mim não quer cessar
Aquela queimação
E eu tenho que andar
E a minha mina me largou na rua da amargura
E sou viciado em tudo sem nada
Em pleno delirium tremuns
Quero tomar um banho
Um gole dágua
Uma ceva
Um trago
E não tomo nada além dessas bolas nas costas
E fora vírus aqui dentro me corroendo
E os meus amigos se matando na esquina por uma bira um pega
um teco
Uma risada distante está presente
E o som que tanto amo dançar nada mais é do que um lamento
de corno e bêbado
Ou troco de estação e continua no mesmo
E some o ar de minhas ventas
Sem crivo o que me crava é o nada o vazio de meu cio
Vou ter que parar para pensar
Em que direção sigo cego digo
Cadê meu swing minha dança
Sou ainda aquela criança perdida na festa da infância
Na infâmia momentânea
Sou um xis uma cruz na resposta certa de que estou errado
Vou é dançar no olho do furacão e esperar a tempestade passar
Meus ossos de caveira vêem que a dor me faz crescer
Um calo de dor não me faz calar nem todos os gritos vou dar mas vou voar
Em cinza na fumaça que faço enquanto janto tudo o que sinto e durmo tranquilo
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