terça-feira, 10 de novembro de 2020

Só quero dormir um pouco e voltar inteiro

 

Sei estou assim de novo

Mas se o ar que eu respiro e água que bebo nãos são mais os mesmos 

Porque vou ser?

Um mesmo rio ou mesma atmosfera 

Nada é igual nunca

E eu?

Sou o que serei sempre?

Vou desenhar um dia hoje e ele nunca mais será ao que desenhei

E o leste desta peste que sou não é a mesma méééé sou nééé

E nem a bosta que vai fazer amanhã será igual a comida que comeu hoje

E eu? Serei comido por vermes que vêem o que comem?

Sou essa bosta que tanta gente gosta

Tipo coisa pop

Eu nem sou eu mesmo

Lá venho eu DEusMÔnio de novo

Estou perdido na escuridão da luz que me cega 

A luz não chega ao meu entendimento

É sempre noite e nunca durmo

Não me encaixo em nada

Alta voz sobrevoa meus sonhos e me leva

Quebro todas as regras negras e brancas

Baixas e altas 

As vozes rasgam meus ouvidos e garganta

E não há nada que garanta ou revele

O horrível destino que nos espera 

E nem mesmo a miserável vida atrás de dinheiro que temos

Acho que perco minhas sombras entre luzes

Minha dúvida é se minha vida é isso?

Minha memória vai se perder


Como minha mãe

Sou uma criança no útero inteiro de um aborto num banheiro

Sou aquela bandeira quadriculada apontando o fim da corrida 

E estou na primeira volta de minha revolta 

Livre indago

Cadê Deus?

Vou morrer

Mas nunca soube onde estou e nem pra onde vou depois

Então o silêncio de meu corpo morto diz

Em um caixão sou um completo não

Um não

Ao que me foi posto e ao onde estou posto

Quero e sempre quis dormir e não morrer

Mas nunca dormi em vida

Então deitado meu corpo urra

Que vida 

Urra só queria descansar um pouco e voltar inteiro



Nenhum comentário: