E não há nada mais a fazer
Olho os jardins bem cuidados
Olho as ruas bem cuidadas
Paisagens sonhadas
Mas não é nada disso
Saio por aqui e nesse momento
Vejo o sujo me sujando e o limpo se lixando
Digo a mim é assim
Sempre procurei ser livre dentro dessa prisão que sou
Mas agora a metamorfose
Mostra que era meu exoesqueleto
Saio de dentro desse buraco e caio no universo desse verso
E não há e nem nunca houve o que fazer
Nu ando nu
Em muita sujeira piso
Não consigo limpar
Mas minha doçura trouxe-me até aqui
E muitos acham ainda que é loucura
Eu leio meus textos e penso
Fui franco e não fraco
Balanço meu nariz em ranho
E ganho nada mais que a cura
E a cura é uma sepultura
Aos que sem cultura isso inculca
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