Nu no meio do caminho
Lavo-me em minhas lágrimas
Limpo fico nu no caminho
Mas calminho
Mas sempre algo tranca meu
caminho
Desiludido sigo meu caminho
Os caras querem mais
Querem além de me desiludir
tirar o meu chão
Eu nu ando
Todos sabem bem sobre mim o
que eu não sei
Minha retina cansada dessa
rotina cerra a cortina
Assisto meu cinema aqui
dentro
A tela é minha pálpebra
A tela é minha pálpebra
O que estou fazendo?
Nunca me lembro desse cimento
ciumento colado em meu pé jumento
Carregado de sentimento
centímetro a centímetro carregando de tudo o sentido
Aondestouindo?
Não que
esteja de propósito me destruindo
Nem me construindo
Faço o que julgo ser meu aço
Assim...
Faço o que julgo ser meu aço
Assim...
Indo e vindo sigo vivendo
Tanto que as pedras do
caminho não se atrevem a impedir-me
Alimento-me da poesia dessa noite que ardia dia a dia
Anote esse meu açoite essa
minha carne nesse açougue
Azougue
Dor imensa lacrimeja liquida
essa vista no prazo razo de uma vida
E justa a minha sina segue
seguindo a batida do sino da igreja crente que um careta com sua picareta
destruidora descontrói-me
Fazem-me não ver mais a luz
do sol que sou
Riam soquem-me no chão
Sempre as flores brotarão do
botão que me apertou
Minhas costas largas não são
alvos dos seus torpedos
E são vocês pedras que se bem colocadas erguem
castelos
Ou mesmo num canteiro nutrem a
terra que berra esse meu argumento
Tenho que alcançar os meus
sonhos
Estou sozinho
Sem ninho
Vivendo por pouco de ficar
louco
Sofre o mundo que estou
jogando
Vou mudar tudo deixar de ser
mudo
Levanto imundo
Pedras nos caminhos são como
estrelas
Estou entre elas
Vou entretê-las
A luz vaza por entre meus
dedos
Estava me adaptando a
escuridão
Mas eu vou renascer desse
cinza
Sim sem ser ranzinza
Vou vingar e não me vingar
E sair desse canto imundo
cantando para o mundo
Já que venho do medo desse dedo a mim apontado para ser destruído
Levanto vivo
Nunca esquecerei desses
acontecimentos
Fui apedrejado
Pisoteado
Declarado culpado
Vivendo no inferno de mim
mesmo
O que eu sou eu já sei
E sigo agora o caminho
Utilizando as pedras do
caminho
Sabendo que aqui estão o céu
e o inferno de mim mesmo
Nem coloco inferno de nós mesmos
Cada um denomina sua vida como e se quiser denominar
Cada um denomina sua vida como e se quiser denominar
Acho que somos lesmas indo ao
sal ao sol
Deixando suas babas de iras
incompreendidas
Com pressa por a vida ser
curta
Mas a arte de compreender o
por que de tanto sofrimento que de fato é viver a parte que nos cabe
A arte de viver é compreender
o sim e o não e ao mesmo tempo sempre sorrir um sorriso de criança
Na mais pura compreensão
estou
Assustado
Muito
Por que não
Mas eu não troco de vida com
outra pessoa
Uma por que não dá
Mas na realidade por que outra
vida
Além a de compreender o
próprio sofrimento não há
E Deus o que tem a ver com
isso
Tudo
Digo eu
Sou uma parte de seus medos
medidos a coragens
Selvagens somos
crucificadores de nossos próprios ideais
E nossas ideias estão
acabando por nos destruir
Os sentimentos estão nos
mostrando que eu meu Deus
Somos nossos mas tão seus
experimentos
Estou me lavando em lágrimas
que são estradas
Ou não
São rios que navegam e vincam
no meu rosto sua imagem
Tanta filtragem para depurar
esta pura criatura
Virada em tantos Eu’s feitos
di Eus
Deu
Deus
Deus
Obrigado por nascer Obrigado
E
Obrigado por morrer Obrigado
E
Obrigado por morrer Obrigado