Sou aquilo que minha mente alcança
Ela irá dar a força que tenho
Meu corpo abriga um homem ou uma mulher
Tanto faz
Fêmea ou macho
Sou um animal intelectual
Sou um animal intelectual
Uivos urros assexuais
Ascendo luzes em cruzes
Ensaio movimentos os vendo
Os dou
Os dou
A vida é meu palco
Sou um desses artistas
Que seguem suas pistas
Investigando em si seus sais
Humores em rumores
Tenho que continuar a me desnudar
A buscar amores que pelas ruas passam
Acende-se luzes
Tenho que continuar a me desnudar
A buscar amores que pelas ruas passam
Acende-se luzes
Clareiam túneis místicos
Revelam novas eras
Inauguram novos paus
Que não mais lutam entre sis
Deixam vaginas saírem de sis
Esses grelos sem grilos
Vivos
Vivos
Ricos de carnes encarnadas
Sabedoras sabem das dores
Vermelhas
Rosas
ou Roxas
Vermelhas
Rosas
ou Roxas
Somos mais que duas caixas
Binárias de ordinárias
Novos humanos vindo
Novinhos em óvulos e ovinhos
Que não dividem a vida em dia e noite
Somos o boicote a tudo isso
Estamos no universo
Onde um único verso mostra todos os lados
Versos dos quais converso
E os converto no que verte de minha verve
E vem ao que serve
Sou o que sou e não nego
Branco ou negro
Enriqueço o que penso
Pois sou o a que vim
Alcanço esse pensamento no sentimento
Sou o que alcanço lucida e instintivamente
Meu nome é o de uma flor ou de uma dor
Quero ser um zero em cima do outro
Um oito
Um coito
Eu quero imaginar o que sou agora
E viver esse agora
Eu retorno ao momento
A concepção
Ao instante em que consegue o pição
Ejacular
E desenjaular a parte da vida
Que vá a um ovo perfurar
Estranho momento
Estou alongando o prazer da cópula
Pula dessa fase
E não goza
Vou não nascer
Vou voar direto pro ralo numa chuveirada
Olhe a porra descendo
Tecendo um futuro que não haverá
E o fim ali no início demarcando estranhamente
O pensar de minha mente
Mas eu vou
Vou resistir
Re-existir
Nunca havia imaginado minha vida sem mim
Enfim estou no ponto zero
O quis
O quero
Loura loucura
Me cura
Não me segura
Que secura
Vá vindo que estou indo
Estou loqueando
Vagando numa bunda
Babando
Senta com ela minha cara
Na minha vara
Estou como sempre de cara com o mundo
Quero me identificar
Nessas horas difíceis me acho
Na beira de um riacho de lágrimas minhas
Tomando sol por dentro
De volta ao momento da concepção
Lembro de meus jogos infantis
Do brilho dos olhos meus
Das noites esperando os dias
Encostado num muro qualquer
Esperando uma namoradinha aparecer
E nada
Vem um amigo
Ele secretamente puxa um cigarrinho e uma arma
E diz um me ama ou me mata
Corro para um banheiro
Escondido digo a mim mesmo
Mas queria e quero uma tragada
Traga essa fumaça
Inebrie minha fantasia infantil
Assopre esse trompete
Pague esse boquete
Faça uma melodia ao meio dia
Dessa noite maldita que é a inocência
Prenda-me
Sou inocente
Indecente
Indigente
E digo mais ou menos gente
Sou indiferente
Diferente
Prolongo
Pra longo prazer ter
Pra ser mais que prazer
E vem mais
Será que vou sobreviver
Sobre viver vou digitar
Calma
Com alma
Declamo que minha cama não espera
Arde
Lençol
Leio o sol que já está batendo na minha janela
Meus olhos cansados estão encharcados
E eu tenho que delimitar essa mania de dividir o dia
Estou vivo sempre
Acordado ou dormindo
Esse é o meu sonho e pesadelo
E esta arte que é minha parte da vida
Não
Nunca estará concluída
E já começa agora
Outros casais transando
Não irão nos tirar de outro lugar
A não ser de dentro de nós mesmo
E o que somos?
Além de além de além de além
Meu nome é o de uma flor ou de uma dor
Quero ser um zero em cima do outro
Um oito
Um coito
Eu quero imaginar o que sou agora
E viver esse agora
Eu retorno ao momento
A concepção
Ao instante em que consegue o pição
Ejacular
E desenjaular a parte da vida
Que vá a um ovo perfurar
Estranho momento
Estou alongando o prazer da cópula
Pula dessa fase
E não goza
Vou não nascer
Vou voar direto pro ralo numa chuveirada
Olhe a porra descendo
Tecendo um futuro que não haverá
E o fim ali no início demarcando estranhamente
O pensar de minha mente
Mas eu vou
Vou resistir
Re-existir
Nunca havia imaginado minha vida sem mim
Enfim estou no ponto zero
O quis
O quero
Loura loucura
Me cura
Não me segura
Que secura
Vá vindo que estou indo
Estou loqueando
Vagando numa bunda
Babando
Senta com ela minha cara
Na minha vara
Estou como sempre de cara com o mundo
Quero me identificar
Nessas horas difíceis me acho
Na beira de um riacho de lágrimas minhas
Tomando sol por dentro
De volta ao momento da concepção
Lembro de meus jogos infantis
Do brilho dos olhos meus
Das noites esperando os dias
Encostado num muro qualquer
Esperando uma namoradinha aparecer
E nada
Vem um amigo
Ele secretamente puxa um cigarrinho e uma arma
E diz um me ama ou me mata
Corro para um banheiro
Escondido digo a mim mesmo
Mas queria e quero uma tragada
Traga essa fumaça
Inebrie minha fantasia infantil
Assopre esse trompete
Pague esse boquete
Faça uma melodia ao meio dia
Dessa noite maldita que é a inocência
Prenda-me
Sou inocente
Indecente
Indigente
E digo mais ou menos gente
Sou indiferente
Diferente
Prolongo
Pra longo prazer ter
Pra ser mais que prazer
E vem mais
Será que vou sobreviver
Sobre viver vou digitar
Calma
Com alma
Declamo que minha cama não espera
Arde
Lençol
Leio o sol que já está batendo na minha janela
Meus olhos cansados estão encharcados
E eu tenho que delimitar essa mania de dividir o dia
Estou vivo sempre
Acordado ou dormindo
Esse é o meu sonho e pesadelo
E esta arte que é minha parte da vida
Não
Nunca estará concluída
E já começa agora
Outros casais transando
Não irão nos tirar de outro lugar
A não ser de dentro de nós mesmo
E o que somos?
Além de além de além de além
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