Espelho,
espelho meu
Quem sou eu?
A que vim?
O som dessa
pergunta ecoa pelo ar
Pela
reflexão de minha imagem nesse espelho
Espere
Espero
Onde estou?
Quem está ae?
nesse reflexo desse aço
Minhas mão
fazem acusações
Por esses meus dedos escorre sangue
Por esses meus dedos escorre sangue
Eu?
Será que sou
eu mesmo?
O que há? O que está se passando?
Algum
Alguém de
meus eus
Digam algo
Digam algo
Não quero ser mais
Mas nem
menos
Eu vou ao
fundo de mim mesmo
E de lá
volto com a certeza de que há mais
Amai vos uns
aos outros diz uma voz
Aproveito
minha gangorra de sentimentos e pensamentos
Minha
masmorra
Sodoma
Só não tomo
mais um gole dessa cicuta
Que torna
minha vida cada vez mais curta
Fantasio essa minha mania
De me tratar
De ser meu
próprio analista
Listo meu
passado
Caminho por
essa floresta densa de mim
Cercado por
luzes e sombras
Minha imagem
refletida
Refletindo
em cada ruga minha vida
Será que eu
sou assim?
Uma canção
azul vermelha meu sangue
Ou não
Estou
novamente renovando minha mente
Passos
preenchendo cada lacuna
Ui
Um passo ao
lado e o mesmo lugar reflete outra luz
Em cada
ferida um pus me conduz
Defesa
Ai, lágrimas salgadas
Esse mar do
qual minha nau
Um dia sei
Aliás não
sei
Sou meu quintal
Sou meu quintal
Flagro o
meu ser querendo mais
E sai de mim
um horrendo medo do que possa ser
E o fim ali
tri afim de mim
O pai luz
soletrando uma imagem pictórica
Justapondo em
uma escura e fria mesa
Uma refeição
Meu corpo
Canibalmente
assombro me
Mas como
Não compreendo
Essa página
branca de medo
Agora cheia
de letras representando um sentimento
É que as
vezes sinto cada centímetro cúbico dessa terra sobre mim
Eu
Será que eu
sou assim?
Retorno ao
aço
Espelho
Espélho
No fim somos
todos iguais
Luz e sombra
refletidas enquanto nossas retinas
Vivem essa
rotina de estar sempre vivo
E é noite
E é dia
E há eu
E há você
Há nós
Nos atamos
Quando em
nós mesmo entramos
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