Um homem maduro, alguns cabelos brancos, corpo atlético, caminha pela praia lotada. Os óculos escuros escondem sua angústia. Está louco e só notam o seu corpo. Caminha cambaleante até um quiosque, pede uma caipira. Enquanto toma a bebida um casal de jovens observam seus trejeitos.
O homem enquanto bebe, pensa - "Ah... a juventude...sonhos...inquietudes...escolhas...
Sinto-me tão jovem..."
A jovem garota o fita com olhar desejoso. O homem desdenha. –"Muito
jovem, incomodação certa." O rapazinho que acompanha a jovem olha-o insinuando-se.
O homem bebe toda sua bebida num gole e vai em direção ao
mar. Entra cambaleante na água e uma corrente o leva para além da arrebentação. As pessoas agora na
distante praia acenam e o chamam. A água em magia assume o papel de ar. O homem
começa a se afogar. Na praia a geral olha tudo. Chegam o pessoal da rádio e TV local.
O salva-vidas não está lá.
Um filme passa. Sua vida. Seus pensamentos se acumulam numa
névoa de sonho. Arfando vê uma mulher por entre a bruma. A mulher está se
afogando. Nesse instante seu lado humano assume e busca forças para salvar a
vida daquela moça. Nada. Mergulha. Pega a moça por baixo, pela sua cintura. A
ergue para que tome ar. Acalma a moça. Percebe que a corrente está os levando mais para longe da praia. Mas ele, agarra-a inerente. Os posiciona a favor da correntes. Esperta e calmamente espera a hora certa de sair do turbilhão de força contrária. Lá adiante a corrente muda de direção e os joga para a praia. Em poucos minutos ele completa o salvamento. Ela está segura em seus braços.
Ele a olha. Vê-se. Os dois tomam o rumo da praia. Lá estão todos eufóricos. O
homem sai solitário do mar. Olha por sua volta e percebe que não há mulher
alguma. Ele acaba de se salvar. Hoje chama-se Bibamar.
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