terça-feira, 30 de junho de 2009

O creme do crime



Havia manhã? Não mais, o som estridente da civilização e sua poluição escureciam o dia. O meu canto saiu, no meio da rua, a contar minhas misérias. Saio do nosso mundo prazer com algo mais a fazer.
Cantava p/mi só sobre mi.
O outro lado da rua? Rá!
O outro lado da vida.
Era uma manhã normal os carros corriam barulhentos e fedorentos. Uma voz me controlava. Meu lado animal irracional queria aparecer no Jornal Nacional.
A competição do ter pra ser me havia dominado. Primeiro foi não mais andar a pé. Meti um carro. Eu um ser que veio do barro...
O destino se escrevia analfabetamente assim. Na ira. Na sina de uma vida morrendo ao vivo na esquina. O prato vazio. O talher na mão, a faca no pescoço dum. Meu estomago de fome a me canibalizar. Meu cérebro, sem sonhos, sem imaginar uma saída daquele lugar.

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