O poeta proclama feito fera
Em paz vocifera falas antigas
Canta cantigas
Vivo faz um ao vivo eterno
Lendo o livro vivo da vida
Com clamor fala que ama e que seu amor
É uma pessoa que está ali
Ele olha para cada pessoa e parece que é pra ela
que está clamando
Só pra ela
Pr'aquela pessoa que está o ouvindo ou o lendo
E pra todo mundo que está sabendo
Não sei como
Mas escrevendo ele olha nos olhos de todo o mundo
E se desnuda, profunda e levemente
Escreve e se ocupa
Não recusa quem recusa poesia
Sabe que ninguém tem total culpa
Então, continua a se desnudar
Parece ora sorrir. Ora chorar
Diz que tá triste. Que tá feliz.
Tudo passa
Só que ele fica assim como está
Quando está assim
Intensidade. Química. Sei lá
Diz sorrindo que suas intenções
Tesões
Tensões
Tendões
São faturas expostas
Entendido
Estendendo
Estudando
Efetivando o fato que estava consumindo-o
Paga a fatura na hora que dá
Faz a festa pra pagar
Faz a festa pagando
A vida é assim? Paga
O trato é pagar. Tá pago!
Um retrato de um momento vivido está sumindo
Redemoinho dançando
Sendo o poeta o ralo de si. Adentra na espiral
Sem ou com engano
Sem cano
Nem engodo se sendo
O poeta, em si, se apodera e diz: Sei
A poesia da vida te escolheu
100 saídas
O nexo é que sem Poesia não tem nexo viver
Olha só
Pensa só
Se uma pessoa que só pensa em
sexo em conta sei lá...
Pensaria isso?
Tipo peixe fascinado por caniço
Que não vê o anzol
Segue indo vendo o caminho pra dentro
Nunca pra fora
O contraste do contrário daquela gente
Abra como abro
Os olhos pra luz de dentro
Lá na Real estamos livres
E é bem aqui dentro
Já disse Cristo
É a luz da lua refletindo o sol no anzol íntimo
Ninguém sabe dizer não para amor, sem se arrepender
O amor não para nunca
Sempre é amor
Não, digo não a poesia
Ela´e o próprio amor em mim
Dizendo
Me fazendo
Mostrando que...
As coisas são bem assim, pra mim
Poucos entendem
E nem vem até aqui no que escrevo
Mas quem veio
Estamos juntos
Somos nós
Pronto tae minha ação, fazer ler se tornar um
pensar
Tão livre quanto o livre arbítrio
Tão claro como esse seu céu olhar
Esse seu olhar superficial, mostra face tua face
artificial
No horizonte, não me iludo
Sei que pouca gente tenta entender a poesia que
escrevo
Quase desisto de tudo
Sei que os poucos que tentam me ler
Percebem que não tem fundo bem definido
É o infinito é um final ilimitado
Infinitamente em show
Longo mesmo é meu poetizar
Sofrimento
Felicidade
Ambos com alegria poetizar
Um bobo no chão dizendo um monte de coisa
Maloqueiro jogado na esquina demográfica
Dançando demonstrando em contorções sua dor
O Mississipi o Guaíba
A ponte de São Francisco
Marinheiro das ruas das praias sonhadas
Fazendo como o sol
De cada momento um show
De força (verão) e fraqueza (inverno)
Hermes, Nhac mordiscando os calcanhares dos outros e os próprios