terça-feira, 10 de junho de 2025

De força (verão) e fraqueza (inverno) (Ying Yang)

 



Um iaque do Himalaia



O poeta proclama feito fera

Em paz vocifera falas antigas

Canta cantigas

Vivo faz um ao vivo eterno

Lendo o livro vivo da vida

Com clamor fala que ama e que seu amor

É uma pessoa que está ali

Ele olha para cada pessoa e parece que é pra ela que está clamando

Só pra ela

Pr'aquela pessoa que está o ouvindo ou o lendo

E pra todo mundo que está sabendo

Não sei como

Mas escrevendo ele olha nos olhos de todo o mundo

E se desnuda, profunda e levemente 

Escreve e se ocupa

Não recusa quem recusa poesia

Sabe que ninguém tem total culpa

Então, continua a se desnudar

Parece ora sorrir. Ora chorar

Diz que tá triste. Que tá feliz.

Tudo passa

Só que ele fica assim como está 

Quando está assim

Intensidade. Química. Sei lá

Diz sorrindo que suas intenções

Tesões

Tensões

Tendões

São faturas expostas

Entendido

Estendendo

Estudando

Efetivando o fato que estava consumindo-o

Paga a fatura na hora que dá

Faz a festa pra pagar

Faz a festa pagando

A vida é assim? Paga

O trato é pagar. Tá pago!

Um retrato de um momento vivido está sumindo

Redemoinho dançando

Sendo o poeta o ralo de si. Adentra na espiral

Sem ou com engano

Sem cano

Nem engodo se sendo

O poeta, em si, se apodera e diz: Sei

A poesia da vida te escolheu

100 saídas

O nexo é que sem Poesia não tem nexo viver

Olha só

Pensa só

Se uma pessoa que só pensa em sexo em conta sei lá...

Pensaria isso?

Tipo peixe fascinado por caniço

Que não vê o anzol 

Segue indo vendo o caminho pra dentro

Nunca pra fora

O contraste do contrário daquela gente

Abra como abro

Os olhos pra luz de dentro

Lá na Real estamos livres 

E é bem aqui dentro

Já disse Cristo

É a luz da lua refletindo o sol no anzol íntimo

Ninguém sabe dizer não para amor, sem se arrepender

O amor não para nunca

Sempre é amor

Não, digo não a poesia

Ela´e o próprio amor em mim 

Dizendo

Me fazendo

Mostrando que...

As coisas são bem assim, pra mim

Poucos entendem 

E nem vem até aqui no que escrevo

Mas quem veio

Estamos juntos

Somos nós

Pronto tae minha ação, fazer ler se tornar um pensar

Tão livre quanto o livre arbítrio

Tão claro como esse seu céu olhar

Esse seu olhar superficial, mostra face tua face artificial

No horizonte, não me iludo

Sei que pouca gente tenta entender a poesia que escrevo

Quase desisto de tudo

Sei que os poucos que tentam me ler

Percebem que não tem fundo bem definido

É o infinito é um final ilimitado

Infinitamente em show

Longo mesmo é meu poetizar

Sofrimento

Felicidade

Ambos com alegria poetizar

Um bobo no chão dizendo um monte de coisa

Maloqueiro jogado na esquina demográfica

Dançando demonstrando em contorções sua dor

O Mississipi o Guaíba

A ponte de São Francisco

Marinheiro das ruas das praias sonhadas

Fazendo como o sol

De cada momento um show

De força (verão) e fraqueza (inverno)

Hermes, Nhac mordiscando os calcanhares dos outros e os próprios