Peço a Deus
Medie meu eu ao meu deus
A a vossa presença
É que para decifrar o mistério que em mim se fez
Sobre vós Deus
Tive que transformar-me
Imaginar-me
Um Deus
Surdo ouvindo pela primeira vez
Vou ouvir face a face
Quem penso que sou?
Preguei-me numa cruz
Como seu primogênito
Nunca quis ser mais do que pude
É que era rude comigo mesmo
Precisava sofrer tudo isso
Ao gólgota fui
Pago todos os pecados de minha humanitude
Não eu não tive outra atitude
Ou virtude
Os furos dos pregos em mim
Fazem eu ver a luz
E mesmo que depois saísse pus
Nesta situação me pus
E meu sistema nervoso cada vez mais nervoso
Foi indo ao teu encontro
Senti meu lado direito sendo perfurado
No vinho vindo e fazendo voltar
E mais a coroa de espinhos
Fazendo-me sangrar e nada mais enxergar
Sinto o meu eu agonizante
Mas DEUS
Faço e fiz o que deu e o que da
Como explicar
Antes da queda
Arrepender-me
Arrependo-me
Arrebentar
Arrebentei-me
Não sei mais o que sentir
Vou dizer a vos
Com minha voz
Vou gritar pelos ares até minha voz voar
E vos alcançardes
Arde em mim o etil
Em minha silhueta não estou
Ninguém viu
Estou na sombra da luz vossa
Nossa senhora tenha dó de mim
To na fossa
Interceda
Faça com que meus olhos vejam
O que não vejo mais
Mas que eles vejam bem
O que o bem tem
Nada mais a dizer
Tudo o mais está em mim
E no fim
Deus sabeis estamos todos no mesmo trem
Faço do livre arbítrio
O meu trio
Recuso a crueldade da pouca ou muita idade
Estou na média
Não vou cobrar-me
Nem cobra tornar-me
Estado de estátua é como tenho estado
Tenho que dormir agora
Pra ter o poder de acordar