Busco em mim o nós
Algo que desate essa distância
E a faça ouvir nossa voz
Sei que brinco com as palavras
Brigo com as larvas
Lavro a terra fértil de minha mente que as vezes mente
Parece do tamanho de uma noz
Mas é uma semente que leva a promessa de vida
A emoção que sinto ao soltar minha imaginação como pipa no ar
É mesclada com a razão que escabela a beleza até a compreendermos
Ae vem o silêncio de meu espírito
De minha alma calma
Fruto já sou
Mordi da fruta do autoconhecimento
Coloquei cimento nessa minha construção de ser
Desci de mim ao infinitesimal e diminuto animal
Aquilo que anima minha vida pequenina
Ah...eu em meus eus
Será que alguém um dia vai ler e pensar que valeu
Não sei
Mas dialogo com você que ainda não sei se existe ou existirá
Alguém que acompanhe esse texto
É um jogo ao futuro
Que aqui desse passado estou jogando
Não é um dado
Mas aqui tenho me dado aos seis lados
Meus medos
Que desde cedo acusaram-me à dedos apontam
E aprontam
E o vento lá fora, meu próprio invento
O adentro aqui dentro do meu peito
Em suspiro
Não piro
Vivo numa tempestade
Eu nau
Remada por milhões de possibilidades
Ritmadas por esse meu atabaque
Estou na proa
Desse eu fragata
Uma possibilidade se houver, vou tentar
Há de haver terra onde eu possa plantar
esse meu desejo de escrever
De desescravizar-me do tempo
E contigo nobre leitor eleito por um trato feito pelo próprio
tempo
Ae talvez esteja a eternidade
A eterna idade
Onde nos encontramos quando imaginamos quem amamos
Calmaria
Maria
A luz de meus olhos faróis de sóis
Estrelas entre elas desatrelas
É...
Sou...
Somos...
Vem você